domingo, 9 de agosto de 2009

Sinto

Sinto dor, sinto traição
Sinto que já não sou feliz
Sinto medo e solidão
Sinto aquilo que nunca quis.

Sinto o escuro que me cobre a vista
Sinto que o teu coração já não é meu
Sinto que outro o conquista
Sinto que o nosso amor se perdeu.

Sinto que não quero mais sentir
A dor que me invade o ser...
E não te deixa partir.

Sinto que talvez não vá aguentar
Viver até morrer… sem ter
Junto a mim o teu olhar.

Moras Num Livro

Moras num livro envelhecido pelo tempo
Em que encerrei o teu corpo, príncesa da fantasia
Na infância longínqua em que o destino nos sorria
E onde te fiz cativa da infinidade de um momento.

Hoje abri esse livro com perfume a nostalgia
E de novo amei-te em cada promessa louca e renovada.
Estavas inteira, esculpida nas palavras da poesia
De semblante efebo e de olhar quedo no nada.

Infanta forjada numa manhã serena e fria,
Desejo seria colher-te das descoradas folhas de papel,
E levar-te a beijar o vento nas asas de um corcel

Sou a mesma criança absorta e de face vazia,
De olhos negros e fundos como o coração da noite.
Moras num livro, onde o idílico amor ainda é doce...

Aparece

Onde é que tu estás?
Porque é que não apareces
Só queria que pudesses conhecer-me, mas não me conheces
Só queria que me aliviasses este sofrimento
Tenho sempre a sensação que não aguento isto nem mais por um momento
Não aguento isto dentro de mim
Agarra-te a mim, ou põe-me um fim

Não te escondas mais por favor
Tira-me deste círculo em que nada é animador
Salva-me disto
Tira-me este quisto

Dá um rumo à minha vida
Faz dela a minha história preferida
Dá-lhe um sentido
Diz-me que sim ao ouvido

Imploro para me preencheres este vazio do meu lado esquerdo
Quero deixar de ter medo
Tremo só de pensar que esta solidão pode ser vitalícia
Estou com dificuldade em acreditar que a felicidade não é fictícia

Liberta-me disto, ou então eu desisto
Tenho força, mas a tanto não resisto
Traz-me o meu sorriso de volta...
Por favor aparece antes que todo o meu amor se transforme em revolta...

Caí Na Desgraça

Se um dia saí de dentro de mim,
Se um dia vivi tudo até ao fim.
Nesse dia gritei pela vida passada,
Nesse dia chorei pela outra estrada.
Nesse dia olhei e já não vi nada.

Então no deserto onde eu estava,
Descobri de certo o que se passava.
O fim era agora já estava aqui.
Já, sem mais demora o epílogo li,
E vi-te Vânia...tão longe daqui.

Se um dia voltar eu hei-de querer,
Eu hei-de abraçar todo o viver.
Mas por enquanto mais nada se passa,
Estás longe e portanto caí na desgraça,
De te amar tanto...que nunca mais passa.