quarta-feira, 8 de julho de 2009

INDIFERENÇA

A insensibilidade se avizinha
O verso não aparece
Da rima já se esquece
Num sentimento de vazio
As palavras fogem
E sinto-me só e frio

Em vez de sonhos, gritos
Que ouço na noite vaga
Como eco que aos poucos se apaga
Falta-me o aconchego do teu beijo
O calor amigo do teu peito
Teu abraço que almejo

Nem a lua hoje se deu conta
Da minha tristeza, da minha solidão,
Escondeu-se nas nuvens
Para não me ver
Assim tão desolado
A mesma lua que me traz o brilho
Do teu sorriso encantado

Por isso, a escrita definha
Fica pobre, mesquinha
Os poucos versos desconexos
Que saem da minha pena
São fracos, coisa pequena
De rimas pobres, nada nobres
Perdi a fé, perdi a crença
Tudo pela tua indiferença

Partiste naquele mês de inverno

Partiste naquele mês de inverno.
Onde a chuva que caía,
Escondia as lágrimas, que pela
Minha face desciam,
Partiste sem olhar para trás
Deixando para lá um
Passado difícil de apagar,
Uma dor difícil de suportar.
Limitei-me a olhar
Enquanto caminhavas,
Como se fosse o meu fim
O ciclo que terminou ali
E no lugar do coração
Uma pedra mora agora
Em mim.

Retalhos de mim

Que retalhos trago na alma?
Com que pedaços
Eu me construí?
Quais foram os laços,
Os beijos, embaraços,
Que fizeram dos meus traços,
Um remendo tão mau?

Com que sobras emendei meu destino?
Onde encontrei esses trapos empoeirados?
Do linho desbotado;
Nos velhos panos descosturados;
Onde o tempo deixou seu rasto;
Um buraco imenso no espaço;
Um espaço imenso dentro de mim.

De quantas costuras sobrevive um coração?
Feito não de carne, mas sim de algodão?
Quantos pontos até que se firme o botão;
Que prende o segredo de um corpo em pedaços;
Que esconde da seda dos doces abraços;
A miséria da trama que causa repulsão;
O frágil amuleto da minha podridão.

Tristes são as rosas

O mar está calmo
E não balançou
Ficou seca a foz
Da flor que murchou
Nas lágrimas da vida
Os sonhos perdidos
São rosas doridas
De quem não sarou
Tristes são as rosas
Seu luar mudou
Rezam para o céu
A quem não voltou

A vida vai continuar...

A vida vai continuar...
Sem rumo... Sem existêcia...
A sede de ser feliz,
Esgotou... Evaporou-se...

Sou um ser errante...
Que vagueia, veleja, velejando...
Anseio um porto seguro...
Mas nao o encontro!

Vida que me marcou...
O sentimento perturbante...
Sentimento frio, arrogante!
Como foste capaz?

Só queria a atenção,
Só queria o sorriso,
Aquela carícia...
Esperei tanto!...

Esgotei a minha mente...
Congelei o meu coração!
Conseguis-te destruir-me...

Sou um alguém...
Já não sou ninguém...
Não sou eu...

Escrevo tristemente,
Esta historia desta vida...
Vida perdida, vida destruída!

Quando se perde alguem

Quando se perde Alguém
Vem a pergunta porquê?
Não havia mais Ninguém?
Será que Deus não vê?!!

Revolta que depois nos passa
Dando lugar à dor profunda
Que nos esmaga e amassa
E o Olhar triste nos inunda

Mais tarde vem doce Saudade
Memória de momentos Felizes
Trazendo de novo Felicidade

Igual à de quando éramos petizes!
Morte que és certa Fatalidade
Se vieres, peço que me avises!

Lua



Mais um dia que acaba e a cidade parece dormir
Da janela vejo a luz que bate no chão e penso em te possuir
Noite após noite ha ja muito tempo saio sem saber para onde vou
Chamam por ti na sombra das ruas mas só a lua sabe quem eu sou
Lua Lua
Eu quero ver o teu brilhar
Lua Lua Lua
Eu quero ver o teu sorrir
Leva-me contigo mostra-me onde estás
É que o pior castigo é viver assim sem luz nem paz
Sozinho com o peso do caminho que se fez para tráz
Lua
Eu quero ver o teu brilhar
Lua
Nua Lua
Homens d chapéu e cigarros compridos vagueiam pelas ruas com
olhares cheios de nada
Mulheres meio despidas enconstadas a parede fazem-me sinais que
finjo nao entender
Loucas são as noites
Que passo sem dormir
Loucas são as noites
Os bares estao fechados já não há onde beber
Este silêncio escuro nao me deixa adormecer
Loucas são as noites
Levam contigo mostra-me onde estás
É que o pior castigo é viver assim sem luz nem paz
Sozinho com o peso do caminho que se fez para tráz
Lua
Eu quero ver o teu brilhar
Lua
Nua Lua
Não há saudade sem regresso
Não há noites sem madrugada
Ouve-se ao longe as guitarras nas quais vou partir
Na neve construo a minha estrada
Loucas são as noites que passo sem dormir
Loucas são as noites
Loucas são as noites que passo sem dormir
Loucas são as noites

By Pedro Abrunhosa

É difícil viver assim...

A vida é feita de injustiças… Mais uma vez, mais uma lição, mais sofrimento…
É difícil viver assim… cada vez torna-se mais difícil levantar, erguer a cabeça, sorrir, lutar pelos sonhos. A irresponsabilidade de uns é o castigo de outros. É difícil levantar quando não temos culpa, quando o erro não é cometido por nós, quando as pessoas nem sequer pensam que os seus actos podem ter consequências graves na vida de outras pessoas…
É fácil viver assim… viver de forma indiferente, despreocupada, “com o rei na barriga”… é fácil ser “maduro” assim… passar por cima de tudo e de todos para conseguir alcançar um lugar melhor… ou simplesmente passar por passar… só por divertimento, só porque podem…
Posso não ser ninguém… posso ser imperfeito… posso ter mil e um defeitos… mas o que me sossega é que sou fiel a mim próprio, ajo de acordo com os meus princípios… e esse privilégio nem muita gente o tem…
É difícil viver assim… quando nos sugam as forças até ao limite, quando só exigem e pisam e criticam e pisam…
É difícil ter esperança… é difícil ver que tudo vai acabar bem…
Parece castigo… tudo acontece ao mesmo tempo… provação atrás de provação, problema atrás de problema…

Para ti, ó Deus… tenho uma pergunta para a qual gostava de ter resposta…
Não achas que já chega???