quinta-feira, 25 de junho de 2009

Abismo

Vai doer,
Mas vou arrancar o que me faz sofrer,
Nem que tenha que cravar as unhas,
Esfolar até sangrar, mas vai sair,
Vai passar...
Talvez um dia, com calma, esqueça.
E entenda porque me fizes-te sonhar tão alto com este amor,
E depois despencar neste abismo de...nada.

Minha Dor...


Tu não sabes o quanto me dói,
Quando perguntam para onde foi a minha alegria...
Quando querem saber de onde vem tanta tristeza,
Que agora é clara e evidente no meu ser...

Mal sabes, que toda esta amargura,
Que em vão tento esconder,
Vem de um amor distante, apenas dos olhos,
De um amor que não pode florescer...

Mal sabes, que os dias vão passando,
E com eles a minha vontade de viver vai-se esvaindo...
Ah, como eu queria extravasar...
Poder ficar ao teu lado e dizer-te, palavras simples,
Porém marcantes, quando ditas com o coração:
EU AMO-TE !!!

Não sei se me sinto egoísta, ao querer-te como eu quero
Amando-te como eu amo...
Tu não me pertences...
Tu és do mundo...

Acho que isso aumenta mais a minha dor...
Saber que tenho de te compartilhar,
Com o teu trabalho, oa teus amigos, as tuas coisas...

É que, o que eu sinto é tão grande, tão forte,
Que já não dá mais para aguentar sozinho...
Preciso de ti ao meu lado, antes que enlouqueça...
Preciso de ti ao meu lado, antes que desapareça...

A distância é dura...
Tem o gosto amargo da saudade...
Da incapacidade...
Da desaparecida felicidade...

Dizer mais o quê ?
Que eu te amo !!!

O gelo do teu olhar…

Porquê; agora?!
Porquê todo esse frio
Tão triste, e tão impenetrável?
Porquê toda essa indiferença?
Talvez nunca tenhas reparado;
Talvez tenhas sido sempre indiferente;
Talvez nunca tenhas gostado de mim…
Mas porquê mostra-lo agora?
Agora, porquê?

Faço tantas tentativas
Para amar-te novamente;
Desta, daquela ou da outra maneira…
Mas não consigo mais!
Porque não me deixas olhar-te nos olhos,
E penetrar todo esse gelo?
Esse teu gelo de indiferença,
Onde congelaste o meu rosto.
Onde as palavras e os beijos
Que só para ti escrevi;
Não conseguem entrar…
E por fim, estrilhaçar;
Toda essa cortina que nos separa…

Será que quando olhas para o lado,
Não reparas no canto frio e escuro
Onde estou escondido do mundo?
Porque não tentas tu,
Olhar-me nos olhos,
E desnudar-me de toda essa mágoa
Que me afasta e me gela
Nessa triste e fria distância
Tão próxima de ti?…

Porquê agora?
Porquê nesta altura,
Em que na minha face
Pelas primeira vez em sempre;
Se rompeu um doce e meigo sorriso?...
Porquê depois do dia derradeiro?
Depois desse dia,
Que será para sempre;
Apenas em mim, em ti, talvez?
Porquê agora esse gelo?
Porquê toda essa gelada indiferença?
Agora porquê?
Porquê; agora?!

Grito de dor por me achar metade.

Grito de dor por me achar metade,
E da perda morre-se-me os sentidos,
D'amor, confiança, até a saudade,
Se perde na companhia dos vencidos.

Não mais carrego em luz a idade,
Mas o fardo que vai escurecendo.
Jaz já metade de minha claridade,
O tempo, o que resta vai comendo.

Zarolho que sou, não mais acerto,
Nem um sopro dessa meia, nem ais,
Tão pouco essa sombra esquecida.

Música minha, vida em desconcerto!
O que me cantas quando assim olhais?
Roubas-me a alma matando-me a vida.

Roubaste-me...

Roubaste tudo o que é meu, roubaste a minha vida, a minha alegria, a minha esperança, os meus gestos...
Aquela vida que eu tinha, em que tu entravas, em que eu te amava e ainda restava uma esperança nem que fosse pouca, mas existia...
Aquela alegria, que tu me davas, que eu sentia e que estava presente em tudo o que eu fazia...
Aquela esperança, que tu me roubaste nessa quinta-feira, e que eu não sei se vai voltar...
Aqueles gestos que são meus, que podiam ser nossos e que agora também os perdi...
O que me resta é a minha simples vida, sem sentido por não te ter e por te ter perdido, esta vida que já não tem esperança e que a única alegria que lhe resta é a que é dada pela amizade...
Roubaste tudo o que fazia mais sentido na minha vida, roubaste os gestos que são meus...
Na tua mão, eu pus toda a minha vida e tu fugiste com ela sem nada me dizeres, sem me dares satisfações...
Perdi-te, talvez para sempre...
Mas nos meus sonhos, eu ainda nos vejo juntos, com as nossas mãos a tocarem-se, e a sair da nossa boca, doces palavras que todo o sentido fazem, pelo menos para mim...
Oh, tão belos são os meus sonhos comparados com toda a tristeza que se assola na minha alma...
Esta alma que também te pertencia, mas essa tu não me roubaste, eu ainda a tenho...
Não deixei de te querer, mas tudo tem um limite...
E o meu coração está a sangrar por tua causa...
Amor, será que nunca te voltarei a ter?

Sobre a Obra:
Dedicado a allguém que me fez sentir uma pessoa maravilhosa, mas no final roubou tudo o que a minha alma, o que o meu ser, tinha de melhor.