terça-feira, 21 de abril de 2009

Magoo-me por dentro só de nos imaginar
Um mundo ainda por nascer
E pensar que podia eu levar-te a ver as estrelas
Focaram-se na lua na noite finda
E viram-te a sondar um sonho na alvorada

Na lua, há restos de sol caídos no chão
Inundam as crateras que dormem sobre a noite fechada
Os teus ideais soltaram-se nas fragas soltas
E aconchegaram-se no pó que fareja o vento
Mas ele foi-se num suspiro

E eu fiquei ás voltas com o tempo em que via os rios
Os mares tenebrosos caiam-me sobre os ombros
E eu deitava-me e dormia

Dormia tanto...mas acordava nas madrugadas
Os meus olhos secos e as lágrimas caídas
Rolavam pelo chão
Já me afogavam o leito
E num espanto eu dormia...dormia

Mas tu não vês o que o sono me traz
E choras lágrimas que se prostram aos pés do vento
E o vento rasgou as vestes que trazia
E tu ficaste só ao relento

Que há a haver....a não ser esperar por mim
As marés calmas abalroam-me sempre nas tristes madrugadas

Não vês que não nasci para ser
Nus versos...
Que se curvam ao vento que passa?
Eu sou o que desejas na lonjura dos teus caminhos
A tua busca interminável

Mas já morri para ti
E não me queiras germinar de novo
Quero renascer num poema só
Que me leve...
A minha solidão existe
Desde que tu partiste
Fico a chorar sem fim
Difícil viver assim
Com a falta do teu carinho
É triste viver sozinho

Recordo meu amor
Ao escrever estou a chorar
Partiste para outro lugar
Fiquei sem o teu calor
Não te posso mais amar
Porque nunca mais vais voltar

Recordo o teu sofrimento
E agora estou a soluçar
Sem te poder beijar
Sem eu poder partilhar
Contigo neste momento
Seria uma forma de me alegrar

Na vida a felicidade é uma sorte
Que nem sempre a podemos obter
Fiquei infeliz com tua morte
E começou assim o meu sofrer
Fiquei sem rumo sem norte
È difícil assim viver
Olho o horizonte
E recuso
Deixar-te entrar
No meu pensamento...
Ouço o mar
E recuso
Que me fales ao coração...
Recuso ouvir-te
Recuso sentir-te
Quero curar esta frida
Que provoca tanto ardor
Que me faz recusar
Todo este amor...
Este amor
Esta paixão...
Que não passou de um sonho
De uma ilusão...
E foste embora
Disseste adeus
Calaste tua voz
Agora dá-me uma razão para não dizer olá
Porquê não hei de dizer nada?
Apenas por saber que para mim é apenas um masoquismo
Apenas por saber que ainda te amo
Dá-me uma razão para não te amar
Alem de todas as outras que já me deste
E eu insisto teimosamente em ignorar
Já não te espero
Não significando que te esqueci
Apenas não quero
Perder-me na espera sem fim

Já não te maldigo
Por me deixares assim
Já pouco sinto
Do que restou de ti em mim

Já perdi tanto
Já não me doi perder-te a ti
Já derramei em pranto
E reclamei do que me iludi

Agora vejo-me com espanto
Congelado nas emoções
Eu que amei-te tanto
E agora...
já nem me doem as recordações
Desisti de fugir de ti
Escondi-me na minha toca
Mas calado teus labios li

Bebi-te em calices de tinto
Fumei-te nos meus cigarros
E disfarcei o meu choro rindo

Estou cá para ti
Estou cá só por ti

Vem e toma-me que sou teu
Vem que desisto de ser apenas eu