terça-feira, 28 de abril de 2009

Amor Karmico

Os caminhos haviam sido separados
De vida a vida
Nada mais que recordações
De momentos passados
Nos dias que não são
E nas noites que não chegam a ser
Dormem essas almas inquietas
Ate o dia amanhecer
Espero algures entre elas
Sem coragem para procurar
Tenho medo de não te ver
E saber que preciso de te encontrar
Talvez volte a nascer noutra pele
Sitio, corpo, sei lá
Esta estúpida lei do karma
Que nos une e separará
Espero com paciência e calma
Em caminhos que conhece a alma
São palavras vãs e loucas
De teus belos lábios
E de tão sabias bocas

Anseio Morrer

Observando esta chama que consome o dia,
Em luz pálida que se confunde com aurora,
Desperta em mim a saudade e então
O desejo de estar morto revigora.

De conformismos leva-se a vida adiante
Embora não ouse assim denominar esta existência,
Vida, mas que é esta vida ?
Apenas palavras ternas em desalento junto às criptas,
Nos passeios nocturnos de flores e lágrimas recolhidas.

Em aflitas súplicas surdas pois não podes atender-me,
Incerto é rumo que levo quando caminho já no escuro
Repousando em pedra fria junto ao teu leito.
Na sinfonia de incontáveis lamentos de espectros
E criaturas indômitas em sombras e variadas tristezas.

Que desabe a noite em amor declamado,
Diante de profanas fogueiras de paixão,
Turve minha vista,entorpeça meu coração e sangue amargo não corra,
Para que então encontre a paz repousando n`algum caixão.

Sem Mim

Hoje sinto-me sem mim
Sinto-me absolutamente só
Espanta– me tanto vazio
Tanta falta de ser e de viver
Os círculos que desenho
Os círculos que me aprisionam a alma
Os círculos que insisto em reviver...
Dói– me...
Dói– me o último sopro...
Dói– me o prenúncio...
Esta coisa de ficar torto no meu canto(...)
Esta coisa de ultrapassar todo entendimento (...)
Esta coisa de trilhar um caminho único (...)
Aprisiono– me a cada ir, a cada vir, a cada permanecer
Aprisiono– me num existir sem porquê...
Aprisiono– me num corpo que já há tempos deveria ir...
Sou sem ser e vivo sem viver
Se rio, não por ser feliz...
Se choro, não por ser infeliz...
Automático...É isso que me tornei...
Um dia após o outro...Cada um muito igual...Quase sempre...
Uma árvore, não é árvore se não tem folhas, se não tem frutos...
Um mar, não é mar se não tem areia, se não tem frutos...
E uma lua, viventes, não é lua se não tem amantes a para a adorar...
O que é um humano sem razão...Se não um morto andante...
O que é um humano sem razão...Se não um ser sem necessidade...
Além de só em si...Inútil à humanidade...
Além de só em si...Sem necessidade...
Se há mais de um existir, seguramente já me cansam as andanças...
E maior presente não haveria se não o direito de interromper toda esta caminhada...
Este relato de idas e vindas passadas, uma alma envelhecida e acabada...
Já não serve para isto aqui...
Nem sabedoria, nem ingenuidade...
Apenas cansaço...Apenas cicatrizes...
Nem mansidão, nem impetuosidade...
Apenas resignação...
A cada amanhancer imploro que seja o último...
E a cada anoitecer imploro que não venha o seguinte...
Absoluta impotência...
Absoluta falta de escolha...
Absoluto endividamento espiritual...
Talvez sim, talvez espiritual...
Porque de sentimento já nem ouso falar...
Esse sentimento que se emaranha e se definha...
E se essa tal de aura é algo que alguém possa ver...Possa sonhar...Possa imaginar...
Acho que é uma velinha no fim da noite fria...Quase invisível....
Quase inexistente...
Apenas à espera de um sopro misericordioso de algo ou alguém bondoso...
Adeus...Talvez seja quase um ainda Adeus...Timido e torto no seu canto.

No Dia Da Minha Morte

No dia da minha morte
Nada de novo.
Não haverá respostas,
Não haverá lamentos
(E se os houver, qual a diferença neles!)
Não haverá nada,
Nada que não agora.

Cessarei de existir?
Talvez, se existo,
Ou talvez não, ainda que exista,
Ou talvez sim ou não
Por nunca ter existido.
Talvez seja a mudança,
Talvez seja a continuação,
Talvez seja o final de algo com ou sem início,
Talvez não seja nada.

A morte.
Reflexo último da doença da preocupação,
Da impossibilidade intrínseca de nos provar existentes,
Inerente á nossa afirmada existência,
Do medo do nomeado desconhecido
(Por nós que tudo desconhecemos).

No dia da minha morte...
No vosso dia da minha morte.
Sim, vosso, porque dele farão o que quiserem,
No dia em que nada poderei fazer de mim.
O meu dia que não é meu,
Da minha morte que não é minha,
Da minha existência que não conheço,
Da minha realidade tangencial.

E o momento único e singular
Do terminar de tudo o que tem nome,
Da morte das palavras opressores,
Do fim de toda a reflexão sobre a reflexão,
Do término do terreno em mim se sou terreno,
Ou do divino e eterno se assim sou

Depois?
Depois não sei! Talvez mais nada.

E que seja tudo, o que importa?

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Morte Doce Morte

Morte doce Morte
Só mesmo tu, para curar a minha dor
A dor do Amor
Todos a temem, porém a aceitam
Muitas vezes és um alívio
Alívio para o sofrimento da dor.

Morte doce Morte, Tu comandas
Os erros e os acertos;
O amor faz mal... e as vezes faz bem..
Não o sabe ainda
Quem não o teve
E que não sofreu também.

Morte doce Morte, leva embora essa dor
A dor do eterno amor;
Mesmo sem tempo
Leva contigo todo este meu sofrimento;
Mesmo que ainda haja algum contratempo;

Morte doce Morte; não sei se amo
Ou se odeio, sofro em meus anseios
Em meio de pensamentos e desejos
Cujos quais não sei posso ter.

Morte, responde-me se fores capaz.
És inteligente, suficientemente
Para me explicar o motivo de tanta Dor.
Se tu não sabes, leva-me embora,
Pois sofro, sem ao menos ter um porquê.

Vestido de Morte

Visto a negra capa da morte
E preparo o túmulo
Onde depositarás rosas
Vermelhas,
Como os lábios
Que nunca quiseste beijar.

Pertenço-te,
Sem que me queiras,
Como doença maldita
Que desprezas
E afastas,
E mesmo assim
Sinto-me apenas teu,
Enfermo que sou.

Abro as mãos
A novos amores
E esgueiro-me pela porta
Antes do toque inicial,
Como se te traísse,
Como se também tu fosses minha.

Visto a capa negra da morte
E preparo o túmulo
Onde me deito,
Porque já nada mais me importa…
Porque já nada mais me diz respeito...

Post Mortem

Na manhã passada
Abandonei meu lar, meu corpo…
Sim, é verdade, estou morto!
Já fui autopsiado
Passaram a certidão de óbito
Morri de amor prolongado
Agora vejo tudo de fora
Aqueles que me amavam em luto
Vejo aqueles que choram
E desejo tanto tocar-lhes
Dizer-lhes que não morri de facto
Que morrer é só um acto
Que habitarei algures num astro
A observar o mundo sem mim
A observar aqueles que amo
Estarei sempre do seu lado
A morte não é um abandono
É um adorno da vida
Um reforço de identidade
Os que me amavam continuarão a amar-me
E uma ou outra vez me lembrarão com saudade
E os que me odiavam
Também sentirão a minha falta
Também uma ou outra vez
Lembrarão o ódio que me tinham
Quando por acaso de mim se falar nos cafés
Agora, vejo meu corpo deitado
Mãos cruzadas, sorriso nos lábios…
Só me dói ver-vos chorar
A claustrofobia deste espaço
Não, não choreis…
Guardai de mim uma lembrança, um retrato
Usai a vossa memória fotográfica
Não, não quero flores…
Nem importa se a sepultura
É de granito ou de mármore
Guardai só para mim um espaço
Uns minutos que seja num ano
Eu assim vos guardarei de facto
Morto e em luto
É meu luto minha morte
Na verdade, perdi muito, muito mais
Eu perdi todos vós
Vós perdestes um só…

Adeus

Tentas-Te

Tentaste destruir,
Voltei a construir.
Quase mataste o sonho,
No entanto voltei a sonhar.

Destruíste a estrada...Continuei a caminhada.

Como se tudo isso não bastasse,
Abraçaste os meus medos,
Com o intuito de me destruir.
Ganhei força para de novo construir.

Cada vez que destruíste,
Voltei a construir tudo de novo,
Degrau a degrau; tijolo a Tijolo.

Sinto que nasci para isso.
Não para ser vitorioso mas para derrubar obstáculos,
Barreiras que nunca pensei vir a superar.

Agradeço-te, porque na destruição,
Construíste, o que hoje sou.
Entre dor e sofrimento criaste ambição.
Ensinaste a lutar quem nunca lutou.

A Tua única Glória será a tua derrota.
O de teres ajudado a construir,
O que tanto lutaste para destruir.

Metamorfose

O que eu, um dia, fui não serei mais e não sou.
Tem momentos que olho para trás e fico devastado
Ao ver tudo o que por mim passou, assim de rajada,
Como um simples fôlego que sobreviveu e se matou.

Caminho entre as nuvens do que sobrou,
Entre as incógnitas e as gastas pedras da calçada
Contemplo os sussurros destas ruínas, sentado,
Num banco de pedra e de tempo que acabou.

Em metamorfose fiz-me e desfiz-me de mim:
Ri bem alto e calei em segredo;
Gritei tão baixinho e chorei de medo.

Em metamorfose vivi e morri vezes sem mim:
Abri os olhos e ceguei com o que vi;
Dei a alma e sufoquei com o que senti.

E longe de tudo aquilo que eu fui
Fica a certeza de quem sempre serei,
Perto de um passado que se diluí.

domingo, 26 de abril de 2009

Nas Profundezas do Silêncio

No reflexo de um espelho
Partido pela vida
Vermelhas são as lágrimas que vejo
Sinais tocantes da melancolia

Ao redor de um quarto escuro
Papéis rasgados deitados ao chão
Paredes sujas com um sangue impuro
Actos desesperados de redenção

Nas profundezas do silêncio procuro-te
Gritos ecoam no vazio
Vozes distantes com ouvidos surdos
Eis que há alguém escondido neste labirinto

Vejo vultos negros no meio da multidão
Pequena luz que se acende
Eu vejo-te almejando proteção
Preciosa alma que me compreende

Amor sublime que suavemente invade meu peito
Tristeza que ainda em meu coração jaz
Partirá afogada por nossos doces momentos
Tu eras a única que me traria a paz..

Odeio--me

Ah! Como me odeio
Por não te ter entendido.
Odeio-me por te ter deixado partir,
Odeio-me por ter dito palavras que não queria,
Por te amar, mais do que deveria.

Odeio-me por te odiar ou mesmo
Por não saber odiar-te.
Odeio-me tanto que chego a amar-te.
Odeio-me por não ter dado o beijo de despedida,
Por não ter ido à tua partida.

Odeio-me por ter deixado tudo passar em branco.
Odeio-me, mais ainda por ter negado o teu amor.
Odeio-me por nunca ter dito que a amava
Ou que ainda a amo.

Odeio-me tanto por querer esquecer-te,
Por não deixar de pensar em ti.
Ah! Como me odeio
Por ter deixado esta história morrer
Sem antes mesmo de nascer.

Musa

Oh! minha musa de pedra porque não choras
Tens um sorriso gelado, sem lágrimas no olhar
Deixa-me ir contigo ao espaço onde moras
Deixa-me ficar ao teu lado, em teu eterno lar

Quero ficar ao teu lado, bem acima do mundo
Para ver as nuvens brancas ao clarear a aurora
Do sol quero estar a poucos e breves segundos
Para ver da amplitude tudo que há lá por fora

Transporta-me em ascensão, na nave espacial
Que o homem não consegue construir igual
Onde os Deuses pagãos viverão eternamente

Neste local, milhões de anos viverei contigo
Vendo brumas seculares vindas do mundo antigo
Os poetas e os heróis que se foram para sempre.

sábado, 25 de abril de 2009

Não Quero Esqueçer-te

Quando chega a noite,
Vou aos poucos entristecendo ...
Vou-me imaginando deitado
Na cama preparada, com os lençóis
Que poderiam fazer parte
De um cenário de Amor.

Deito ...
Apenas meu corpo nela se encontra ...
Pois ela se torna fria
Com os meus pensamentos tão distantes,
Que quase chego a alcançar-te...

Eles vão sempre na mesma direção...
O subconsciente sabe onde encontrar-te...
Reluto, em busca dos
Pensamentos que criam e procuram forças
Para mais uma noite ultrapassar...
Sem que ao meu lado, tu queiras estar.

Pelo cansaço sou vencido,
E acho que como consolo,
O sono toma-me e, adormeço ...
Para que a dor da tua ausência,
Não mais me atormente.

Amanheceu ...
O Sol veio-me cumprimentar...
Mas só ele ...
Mais um dia de extrema solidão,
Pois tu não me extenderás a mão
Para me fazer um carinho
Ou sequer expressar,
Um desejo de ... Bom Dia !

No decorrer do dia
Não controlo os meus pensamentos e
Minhas preocupações contigo ...
No amor é assim...
Quem ama de verdade,
Já passou ou passa por tudo isto...
Entende bem os mistérios do coração.
Mas estes sentimentos acabam abafados,
Reprimidos, pois não são correspondidos.

Ouço uma música ...
Mais uma, das que me elevam
A mundos diferentes, ricos de fantasias ...
Paro e, novamente divagando...
Vens tu à minha mente.
A imaginação voa ...
Transporta-me aos sonhos
De nos teus braços estar
E de felicidade, até chorar...

Tudo não passa de lindos sonhos
Que jamais se realizarão ...
Pois não fui feito para ti,
E nem tu nasces-te para mim...
Que pena, que tudo tenha que ser assim!

Mas como dizer a um coração apaixonado
Que ele não pode sofrer assim...
Que ele não pode entregar-se...
Que ele tem que apagar tudo isto
De dentro de mim ?

Não é fácil ...
Pois não se passa uma borracha
Nos sentimentos, muito menos
Existem cicatrizantes para as
Marcas deixadas e enraízadas
Num simples e modesto coração
Que está apenas apaixonado ...

Ao mesmo tempo, vem a dúvida!
Como esquecer alguém
Que Amo tanto ?
E que mesmo não sendo recíproco
Tanto bem, já me proporcionou?
Como tentar apagar da minha lembrança
Alguém que chegou,
E do meu coração se apoderou ?

Mas ...
É como dizemos diariamente...
Na dúvida, não faças nada!
Deixa simplesmente acontecer...
Entregue tudo a "Deus" !
Que ele entenderá os teus sentimentos...
Porque na realidade
EU PRECISO ...
MAS NÃO QUERO ESQUECER-TE !
Eu que achava que te amava acima de tudo
Hoje a minha vida já não é este absurdo
A gente quando ama fica cega da verdade
Pensei que te amaria para toda a eternidade

Mas o tempo tudo apagou hoje já sou diferente
Não sei se me fechei ou se a vida não me é mais ausente
Não me dei conta do dia em que te esqueci
Só me recordo da tristeza e do muito que sofri.

Pode ser que a dor me viesse renovar
Trazer-me outro alguém para poder amar
Assim sinto de leve uma nova paixão
Aliviando esta minha eterna desilusão.
"ANGEL"

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Perdido Na Vida

Só nesta imênsa e triste solidão
Lancei um olhar para minha vida
Vi distante, no fundo do coração
Uma sombra errante ali perdida

Não conseguia ver quem era a sombra
Mas sabia bem, ser uma sombra querida
De alguém que até hoje me assombra
E que da minha vida está à tempos perdida

Tentei ver teu rosto, mas tudo foi em vão
Minha vista então tristemente se turvou
Por saber que no meu solitário coração
Esta a viver ainda quem ele tanto amou

Pena que não posso trazer de novo o corpo
Que esta sombra de lembrança projectou
Pois dentro da distancia esta agora morto
O sonho de alguém que tanto te amou

Vida sem Vida

Por onde se perdeu a minha vida?
Em que esquina tropecei na minha sina?
Que derrocada deixou-me tão derrotado?
Que passo em falso atirou-me ao cadafalso?

Sou um fantasma que trafega com o vento;
Um leve sopro e ancoro-me em qualquer tempo,
Se vier mais forte, o suporte rebenta
E a poeira do meu rasto se incendeia,
E abrasa, levando-me à cegueira.
Por que de mim a vida se perdeu?
Pergunta infértil que não leva a nada,
Visto que a resposta sou eu...
E o silêncio que me inunda se aprofunda
Na essência congelada
Retratada em meu ser, que sem saber,
Sem se conter, quer responder...

Poderia ter sido feliz, mas não quis.
Sem qualquer explicação, de tudo me desfiz.
Sonhos que gerei e que não lutei
Ou tardiamente procurei...
E já não tinham mais razão de ser.
Amor que imortalizei, mera ilusão...
Versos que materializei, inspiração,
Espatifados no mais alto patamar,
Onde a poesia conjuga o verbo amar;
Que desprezei, e não o soube conjugar...
E não me amei, nem me deixei amar.

Sou corpo sem abrigo,
Espectro sem jazigo,
Alma a vaguear...
Que ainda ousa a hipotese
Da luz de um novo dia,
Virar a página e resgatar a vida,
Ir ao encalço da esperança perdida,
Sepultar a vã filosofia,
Deixar de morrer a cada dia
E a cada amanhecer
Dançar a dança do saber viver.
E sobreviver...
Louvando a graça recebida!

E na próxima esquina, ainda espero,
Esbarrar-me com o novo...
Recomeçar do zero!

Palhaço Perdido

Sou a vitima
De mim mesmo
Das minhas acções
Das minhas palavras…
Sou eu… quem sofre
Por fazer ou ter
As acções mais infundadas
Por escrever ou dizer
As palavras inacabadas…

Sofro e choro em silêncio!

Sou um construtor em grande escala
De um mundo que não existe
Sou um sonhador em erosão
Dos momentos impossíveis
Sou a pessoa
Que se veste de culpa
E se despe da realidade
Sou o monstro mentira
Sou o palhaço verdade
Sou a ira
Sou a lágrima
Sou o sorriso
Sou o destino perdido…
Que nunca será encontrado!

Vivo e morro tão solitário!

Vitima da sociedade
Prisioneiro dos sentimentos
Sou o que não pareço
Um sentido
Uma emoção
Sou a ilusão
Um palhaço perdido
Sou a luz
Do meu coração…

Sou o palhaço solitário que vive perdido…
Escondido…
Vida porque me magoas?
Tão profundamente
Com as tuas facas afiadas
No meu peito
Que derrama tristeza,
Nos meus olhos inundados de dor.
Abandona-me vida
Como uma rosa despida
Lentamente no calor de um amor
Acabado sem cor,
E deixa-me parar,
Descansar por um só instante,
Desta dor que me trespassa
E consome interiormente.
Vida que uns consolas
Atraiçoas-me e gritaa
Inocentemente a cada olhar
Sempre que num raio de sol
Relembro do teu olhar.
Vida porque me magoas?...
Vida porque não me abandonas?...
Tanto te quis, em vão,
Tanto te esperei, te chamei e não viestes.
Foi tanta a demora que nosso tempo se esgotou.
Chegou a hora do adeus.
Que os amigos se separem,
Que toda a esperança se desfaça,
Que todos os sonhos se desmanchem,
Que todos os nós se façam na garganta,
Que toda a tristeza do mundo corte, bem fundo,
Que toda a saudade se faça irremediável,
Que todo o chorar se torne inconsolável.



Tanto te quis, em vão,
Tanto te esperei, te chamei e não viestes.
Foi tanta a demora que nosso tempo se esgotou.
Que teus olhos se fechem na minha alma,
Que tua voz se torne muda aos meus ouvidos,
Que teu nome se cale na minha boca,
Adeus.


Se eu conseguir esquecer-te....
É pensamento de agora
Ir-me embora
Talvez à nora
Pela estrada fora.

Quem me espera?
Em novos caminhos
Com cada lembrança
Dum amor que já era,
Saudosos carinhos
E lágrimas de esperança.

Fujo de recordações
Duma longa história
Ai, medo de sofrer!...
Talvez outras paixões
Me adormeçam a memória
Para te poder esquecer.

Talvez passe depressa
Nesta vida tão breve,
O amor que não regressa,
Penso nele, a vaguear,
Até que alguém me leve
Ou eu pare de sonhar.

Para Os Amigos

Mas se ainda mal o dia começou
Como sinto a claridade no meu rosto?
Será sol à meia noite? Um fogo posto?
Uma estrela cintilante que passou?

Se ainda agora me deitei como é que sinto
Como se o mundo em suas mãos me sustentasse?
Como se ao cimo deste céu ele me levasse?
Lá ao alto, bem para lá do infinito?

São abraços, sei que são tão doces laços
Que se estreitam, que jamais deixam cair
São amigos que ao dar e repartir
Fazem a dor se diluir em mil pedaços

E nesta hora que se fez tão especial
De uma forma tão gentil, tão confortante
Gostaria de dizer que em cada instante
Vos desejo esta alegria sem igual

Luta

Estou fatalmente ferido
Depois de uma luta intensa
Posso não estar perdido
Mas será que isso compensa?

Guerreiro, posso ter sido
Mas o mal está enterrado
No fundo do meu peito
Mesmo depois do meu plano perfeito
De enterrar o meu coração

Já nem sei se tenho razão
Muitas vezes, acho os problemas tão insignificantes
Tão iguais aos dos outros
Mas no entanto são tão sufocantes
E corroem-me tanto por dentro
Que já nem sei se estou só a ser estúpido
Ou a tornar-me no perdido

Já não acredito, Já desprezo
O mito do amor
Que não é mais que um peso
E a razão da mais terrível dor

Lutar? Pois que outra escolha terei?
Se não lutar sucumbirei
E mais vale morrer a lutar
Do que morrer a chorar
Espero a hora da tua chegada
Mas o relógio bate horas erradas
Deixo cair uma lágrima incerta
Na certeza da tua ausência
Chamo por ti na escuridão
Mas os meus gritos são mudos.
Entrego-me a ti
Mas sofro um abandono imcompreensível
Sonho com um sorriso
Que outrora me fez feliz
Anseio por um olhar
Que no passado me dizia "Amo-te" em cada pestanejar
Desejo o teu toque
Que me elevava ao limite da vida e da morte
Mas tu não vens...
Olho o horizonte em busca de um sinal
De uma sombra
Um rasto
Algo que te pertença
Mas depressa entendo
Que não virás
Pois o coração que antes me pertencia
Partiu
E já não volta atrás...
E no mais pesado desespero
Desejo
Não ter de te dedicar este poema...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Linda Musica



Tou fazendo amor
Com outra pessoa
Mas meu coração
Vai ser prá sempre teu...

O que o corpo faz
A alma perdôa
Tanta solidão
Quase me enlouqueceu...

Vou falar que é amor
Vou jurar que é paixão
E dizer o que eu sinto
Com todo o carinho
Pensando em você...

Vou fazer o que for
E com toda emoção
A verdade é que eu minto
Que eu vivo sozinho
Não sei te esquecer...

E depois acabou
Ilusão que eu criei
Emoção foi embora
E a gente só pede
Pro tempo correr...

Já não sei quem amou
Que será que eu falei
Dá prá ver nessa hora
Que o amor só se mede
Depois do prazer...

Fica dentro do meu peito
Sempre uma saudade
Só pensado no teu jeito
Eu amo de verdade
E quando o desejo vem
É teu nome que eu chamo
Posso até gostar de alguém
Mas é você que eu amo...

Vou falar que é amor
Vou jurar que é paixão
E dizer o que eu sinto
Com todo o carinho
Pensado em você...

Vou fazer o que for
E com toda emoção
A verdade é que eu minto
Que eu vivo sozinho
Não sei te esquecer...

E depois acabou
Ilusão que eu criei
Emoção foi embora
E a gente só pede
Pro tempo correr...

Já não sei quem amou
Que será que eu falei
Dá prá ver nessa hora
Que o amor só se mede
Depois do prazer...

Fica dentro do meu peito
Sempre uma saudade
(Saudade!)
Só pensado no teu jeito
Eu amo de verdade
E quando o desejo vem
É teu nome que eu chamo
(É teu nome que eu chamo!)
Posso até gostar de alguém
Mas é você que eu amo


"Alexandre Pires"

:..........

Eu já não sei mais quem sou, ou talvez, nunca soube;
Eu já não sei mais se sou feliz, ou talvez, nunca fui;
Tudo à minha volta é obscuro, é medonho e sinistro;
Sou um homem cujo ódio o coração enegreceu;
Sou a ovelha negra que se afastou da luz divina;
É tudo tão simples e ao mesmo tempo tão complicado;
Minha alma é podre, - sou desprezível e repulsivo;
Sou um invólucro que foi desprezado por Deus e pelo Diabo;
Uma alma que vagueia sem rumo pelo espaço;
Sem lugar no Paraíso ou no Inferno, no Céu ou na Terra;
Se algum dia já fui feliz, ah! Foi há muito tempo;
De tempos em tempos, vidas vêm e vão;
Assim como as minhas lembranças e os meus sentimentos;
Minha vida e os meus sentimentos foram-se para sempre;
Momentos felizes que passaram e não voltam mais;
Ah!... Tempos bons como eu queria que vocês voltassem;
Um sentimento de rancor foi tudo o que restou em mim;
Sinto uma angústia preenchendo o meu vácuo;
Este mal que me apodera não é um mal físico;
Não é psicológico, não é espiritual, - eu não sei explicar;
O tempo passa devagar e o padecimento é maçante;
Sem dúvida, descobri a agonia dos condenados!
O sofrimento eterno dos condenados ao próprio sofrimento eterno;
Um bastardo desprezado, desdenhosamente, pelo universo;
Estou amargo, ressentido e sinto vontade de desaparecer;
Pensamentos maus alimentam o meu sentimento de ódio;
Eu quero explodir, desaparecer e virar poeira cósmica;
Mas gostaria de renascer num lugar sem sofrimento;
Onde não tivesse dor e as pessoas se amassem;
Porém, não sei se me acostumaria com tanta monotonia;
Eu pareço um idiota, ou talvez, mais confuso do que penso;
Enfim, queria acordar e descobrir que estou a sonhar;
Deus!... Diabo!... Qualquer um, por que Vós não me respondeis!?...
Vejo o que um cego pode ver...
Minha musica favorita é aquela que somente os surdos podem ouvir...
Estou a confundir-te amor?
Pois saibas que se estiveres confusa não é amor para mim...
No meu peito não encontraras preconceitos.
Na minha boca não encontraras somente um beijo...
Minha mente não é para iniciantes.
Uma vez lá jamais saíras como antes.
A cada esquina á um mistério uma história uma lenda.
Venci amores invencíveis.
Confundi mentes e aprisionei valentes.
Sem ver ou ao menos ouvir.
Sou titã no meu mundo.
Mundo que pessoas como tu ajudaram a criá-lo
Não consideres perigosa a armadilha à qual caíras.
Mas sim a mente que a construiu.
O amor é uma guerra santa meu amor.
O difícil não é ir para a batalha, mas sim escolher um lado dela.
Digo-te aqui e agora que tu não foste convidada.
E tão pouco obrigada.
Queres entrar?
Então seduz-me antes que eu o faça.
Aprisiona-me antes que eu deite a chave da tua cela fora.
Cria as melhores e mirabolantes armadilhas, mas nunca, nunca me subestimes!
E então no fim veremos quem é que manda no seu próprio coração...

Obrigado por leres...
Amor, sentimento estranho!
Quando o senti em relação a i, era
Inimiginável que ele me traria dor.
Então, percebi que com ele também veio o engano.

Quando partis-te, a dizer que acabou
Evque aquela aventura só tinha passagem de ida,
Abris-te no meu coração uma enorme ferida.

Me açoitas-te o espírito, fazendo
Pobre o que antes era rico.
Abris-te chagas, que se negam a fechar
E o meu coração sabe, que o único remédio
É voltares para me amar.

O profilático desta dor é o próprio amor
O antídoto para esta solidão és tu,
Com teus lábios doces e teus olhos cativantes,
Que farão afastar de mim toda esta decepção e esta dor.
Coloquei uma carta numa velha garrafa,
Mas uma carta de solidão,
Coloquei uma carta,um pedido da alma,
Salvem o meu coração...

Estas areias que me sujam os pés,
Este é o meu chão mais uma vez,
Há muitas luas nesta ilha tão só

Será que ao menos um navio eu vou ver?
E alguma civilização?
E a cada dia sobe mais a maré...

Alguém aí?
Devolve-me o amor que tiras-te de mim no fim
Alguém aí?
Vou queimando no sol a esperança de te ter aqui,
Bem aqui.
Não quero ver os problemas lá de fora
Enterro a minha cabeça no buraco mais fundo deste planeta
Quero continuar trancado no meu quarto escuro
Cansei de lutar por uma causa onde um lutador só não basta!

Prefiro ficar com as fotos e as lembranças
Lembranças, de que um dia eu tentei, eu juro que tentei
Tentei andar do teu lado, mas quando eu chegava perto...
Tu te fechavas como se fosses um livro de terror

Contigo olhei a vida com outros olhos
Olhar de insegurança
Ate porque tu nunca me deste o contrário
Tu perdeste-me tu te perdess-te tu perdeste-nos

Quero continuar trancado no meu quarto escuro
Cansei de lutar por uma causa onde um lutador só não basta!
Quantas vezes, Amor, me tens ferido?
Quantas vezes, Razão, me tens curado?
Quão fácil de um estado a outro estado
O mortal sem querer é conduzido!

Tal, que em grau venerando, alto e luzido,
Como que até regia a mão do fado,
Onde o Sol, bem de todos, lhe é vedado,
Depois com ferros vis se vê cingido:

Para que o nosso orgulho as asas corte,
Que variedade inclui esta medida,
Este intervalo da existência à morte!

Travam-se gosto, e dor; sossego e lida;
É lei da natureza, é lei da sorte,
Que seja o mal e o bem matiz da vida.

"Bocage"
Devolve-me o meu coração
Fugiste-me com ele
Cheio de emoção

Não sei porque fugiste
Não me perguntas-te o que eu sentia
Ter-te ía respondido
E repetiria

Não te conheço
Não sei quem és
Nunca te vi
Desaparece
.....

Revelaste-te alguém que desconheço
Será que eu merecia tudo isto

Esquece-me...

Porque eu já te esqueci
Se é que algum dia te conheci

A tua presença enoja-me
Revolta o meu coração

Eu sei que o perdão existe
Mas não sou Deus para dar a outra face...

Não vivas de ilusões
Porque a ilusão
Pode partir-te o coração

Devolve-me o meu coração
Cheio de emoção
Para retribuir e dar a tanta gente

Gente que habita cá dentro
Mas que são gente
E tu não!!!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Chega de Ti

são lágrimas de sangue
Que derramo por ti
Enquanto se esvazia o tanque
Onde guardei todas as emoções que senti.

Sangue que se espalha no chão
Imitando a fé no amor do meu coração,
Sangue que me tapa o olhar e o sorriso
Enquanto o meu egoísmo se torna altivo.

Chega de lágrimas de sangue desperdiçadas
Por alguém que fez das minhas recordações
Simples fotografias rasgadas
Chega de falsas ilusões!

Chega de ti!

............

Só conheço até o final desta rua
Só até onde vai a claridade da lua,
Além de lá, nada mais conheço.
Terei que enfrentar essa escuridão
Vou procurar onde é a rua da solidão
É lá que está, o meu endereço.

Já sei que não existe a claridade
Depois que passar pela rua da saudade,
É lá onde não mais nasce o dia.
Já sei que é um lugar todo escuro
E esse mesmo endereço que procuro
É onde não tem vida uma poesia.

Começarei pela avenida da ilusão
Onde está sepultada toda a inspiração,
Onde a vontade de viver já embolora.
Lá não existe uma paisagem colorida
Só se ouve os lamentos pela vida
E onde os versos da poesia choram.

Parece estar longe a cidade da amargura
Mas a distância e bem menor que a loucura
Que está a habitar o meu coração.
Na cidade triste é sem vida a paisagem
Tão monótona quanto a mensagem
Nos versos, de quem vive de recordação.

Errante

Tudo terminou,nada mais resta,
Terminou o caminho,findou a estrada,
Foi embora,o meu mundo de festa,
Estou sozinho,nessa encruzilhada.

Triste fim,que jamais esperava,
Tão perdido,a vida me deixou,
Com a tristeza que me arrastava,
Ainda perdido,não sei para onde vou.

Solidão, que faz perder a calma,
Ao ver o fim,de toda esperança,
Sinto triste,ao sentir que a alma,
Como louca,no espaço se lança.

Tristes dias,estão à minha espera,
Nesse deserto,onde não á ninguem,
Será sem flores,minha primavera,
Já não sei se a vida,vai ou vem.

Não viverei mais entre flores;
Porque morreu ainda em botão,
Com ela,se foram todas as cores,
A única que ficou,foi a escuridão.

Adeus para sempre,flor de ternura,
Que deixou errante,minha direção,
Agora,irei até a sua sepultura,
Onde enterrarei, meu coração

terça-feira, 21 de abril de 2009

Magoo-me por dentro só de nos imaginar
Um mundo ainda por nascer
E pensar que podia eu levar-te a ver as estrelas
Focaram-se na lua na noite finda
E viram-te a sondar um sonho na alvorada

Na lua, há restos de sol caídos no chão
Inundam as crateras que dormem sobre a noite fechada
Os teus ideais soltaram-se nas fragas soltas
E aconchegaram-se no pó que fareja o vento
Mas ele foi-se num suspiro

E eu fiquei ás voltas com o tempo em que via os rios
Os mares tenebrosos caiam-me sobre os ombros
E eu deitava-me e dormia

Dormia tanto...mas acordava nas madrugadas
Os meus olhos secos e as lágrimas caídas
Rolavam pelo chão
Já me afogavam o leito
E num espanto eu dormia...dormia

Mas tu não vês o que o sono me traz
E choras lágrimas que se prostram aos pés do vento
E o vento rasgou as vestes que trazia
E tu ficaste só ao relento

Que há a haver....a não ser esperar por mim
As marés calmas abalroam-me sempre nas tristes madrugadas

Não vês que não nasci para ser
Nus versos...
Que se curvam ao vento que passa?
Eu sou o que desejas na lonjura dos teus caminhos
A tua busca interminável

Mas já morri para ti
E não me queiras germinar de novo
Quero renascer num poema só
Que me leve...
A minha solidão existe
Desde que tu partiste
Fico a chorar sem fim
Difícil viver assim
Com a falta do teu carinho
É triste viver sozinho

Recordo meu amor
Ao escrever estou a chorar
Partiste para outro lugar
Fiquei sem o teu calor
Não te posso mais amar
Porque nunca mais vais voltar

Recordo o teu sofrimento
E agora estou a soluçar
Sem te poder beijar
Sem eu poder partilhar
Contigo neste momento
Seria uma forma de me alegrar

Na vida a felicidade é uma sorte
Que nem sempre a podemos obter
Fiquei infeliz com tua morte
E começou assim o meu sofrer
Fiquei sem rumo sem norte
È difícil assim viver
Olho o horizonte
E recuso
Deixar-te entrar
No meu pensamento...
Ouço o mar
E recuso
Que me fales ao coração...
Recuso ouvir-te
Recuso sentir-te
Quero curar esta frida
Que provoca tanto ardor
Que me faz recusar
Todo este amor...
Este amor
Esta paixão...
Que não passou de um sonho
De uma ilusão...
E foste embora
Disseste adeus
Calaste tua voz
Agora dá-me uma razão para não dizer olá
Porquê não hei de dizer nada?
Apenas por saber que para mim é apenas um masoquismo
Apenas por saber que ainda te amo
Dá-me uma razão para não te amar
Alem de todas as outras que já me deste
E eu insisto teimosamente em ignorar
Já não te espero
Não significando que te esqueci
Apenas não quero
Perder-me na espera sem fim

Já não te maldigo
Por me deixares assim
Já pouco sinto
Do que restou de ti em mim

Já perdi tanto
Já não me doi perder-te a ti
Já derramei em pranto
E reclamei do que me iludi

Agora vejo-me com espanto
Congelado nas emoções
Eu que amei-te tanto
E agora...
já nem me doem as recordações
Desisti de fugir de ti
Escondi-me na minha toca
Mas calado teus labios li

Bebi-te em calices de tinto
Fumei-te nos meus cigarros
E disfarcei o meu choro rindo

Estou cá para ti
Estou cá só por ti

Vem e toma-me que sou teu
Vem que desisto de ser apenas eu

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Não sei se era a cor da lâmina prata
Ou o sentimento fúnebre que me abatia
Assim como uma qualquer apatia
A esta vida mesquinha e vazia
Que usei, nos meus dois pulsos, essa faca

Não vou mentir a ninguém
O corte dói e continua a doer
Mas a outra dor logo o faz esquecer
Ou será o sangue que de tanto escorrer?
Deixa-te fraco, mas a sentir-te bem

Perto do final, sentes
Sentes algum arrependimento
A falta enorme de qualquer alento
E eternizas cada e todo o momento
Que viverás em tua mente

Então podes apenas deixar
Liberdade de toda angústia
Deixar para trás toda aquela secura
E toda aquela dor, por mais que custe
Liberta-la

Agora não é nada mais que uma brisa
Voando por todos os cantos
Observando todos os santos
Ouvindo todos os cantos
Nada mais que uma brisa

Tu escutas o tanto que era incrível
Teus parentes, teus amores
Todos a quem deixas as dores
E choras ao ver tantas flores
Ninguém me avisou que eu era único e insubstituível
Guardava
A satisfação fúnebre do último acto,
Do ápice poético da minha teatral
Rotina de sobrevivência.

Cada gota limpava as marcas sujas
E malevolamente prazerosas
Das minhas egoístas sensações.
Levava de mim
As lembranças mesquinhas
Da minha bondade dissimulada.

Lentamente eu via o meu pulso
A expulsar o meu espírito da carne.
Tomado de júbilo
Presenciava o fim das dores
Naquele rio vermelho que inundava o piso.

Meu corpo gritava incessantemente
Ao meu espírito:
Volta!
E a Razão sufocava os espasmos deste louco
Falando sussurrante:
“Este é o curso, não há saída
Todos sabem disso.”

Neste momento o rio virou mar
E eu não continha mais a repugna
Daquele sóbrio acto.

Presenciava a mão que apunhalava
Naquela nobre sentença de salvação -
Cristo deu a vida por todos
E eu o faria por mim mesmo.

Já atingi a minha cota de desilusões,
O aprendizado dessa existência.
Não nasci para o sofrimento
Mas fui avultado por ele.
Sem escolha,
Preso ao meu estúpido “livre-arbítrio”,
Escolhi a saída mais simples -
Não errar mais.

domingo, 19 de abril de 2009

....................................


Nas noites sem sono
Reflito
As dores que são retidas a mim
Sei, e posso ver...
Isso é suicídio indolor
Traz muitas mudanças
E eu posso tomar ou largar, se me agradar.
Eu tento encontrar uma maneira de fazer
Todas as poucas alegrias que tenho
Não se relacionarem
Com o ódio...
Mas agora eu sei, que é tarde demais.

::::::::::::::::::::::::::::::::::

Minha alma grita em desespero profundo
Recolhendo-se na própria dor do corpo
Secando o sangue impuro
E clareando o negro dum dia já morto.

Minha sina marca-me a vida
Não sei se viverei sequer mais um dia
Nem sei se acabarei de escrever este poema
Só sei que nem sempre a minha vida rima.

Sou duma textura fina
Tão frágil como uma flor murcha
Seca sem a rega até duma lágrima
E morro sem que ninguém dê conta.

Meu corpo é espinhoso
De tal modo marcado pelo infortúnio
Enterrado com as suas raízes e com tudo
Jaz morto e moribundo num cemitério vivo.

"UNKNOWN"
Uma carne brilhante
Que nunca acorda
Que sempre chora
E casualmente é santificada
Por fugir ou por ficar por aqui
Pela vida que ainda queima

As areias do tempo
São mentirosas
Quando se sente triste
E ela não para de correr nos neurônios
Tudo poderá desabar

Constâncias repentinas
Malefícios gostosos e outras benquerenças
Com gostos adversos na boca
O seu corpo torna-se um foguete prateado
Partindo corações e mostrando-lhes os seus sentimentos

Surfando nesse foguete
Ela percorre o desgostoso momento de vida
Deslumbrada, desvairada e profundamente corroída
Por tanta degeneração rasgada e suja
De certos prédios colossais infelizes

Ela sabe o seu caminho
E a qualquer momento pode desaparecer
Explodir ou suprir seus ânseios alheios
Um mártir filantropo!
Que daqui a alguns segundos pode deixar uma mensagem qualquer...
“Vocês nunca mais me verão de novo!”

Vida Inutil

Passando água pelo meu palido rosto
Esquecendo-me do sabor
Esquecendo-me do gosto ...
De te poder chamar de amiga

Enraivecido por palavras que nem essas eram transparentes
Mostrando-me uma verdade de mentiras e incertezas!!!
Que sobretudo tu não querias ver...

Esperando no fundo da rua
Que me dês um motivo para poder libertar a minha raiva
Em forma de trovões ironias desilusões
Vida injusta que levas
Um mar revoltado
Uma tempestade de ilusões...

Vida de parasita que levas
Vida pobre de espirito
Infelicidade de alguém que te tornou assim
Decadência de uma pessoa infeliz em que te tornaste

Provando o sabor da tristeza que me ofereceste
Caíndo uma lágrima do que tu recebeste
Coração que roubaste...
Folego inconsolavel que adoraste..

sábado, 18 de abril de 2009

... ....

A voz que me dói na alma,
E me aperta e esmaga o peito,
É vazia, sem coração.
E com uma enorme calma
A cama onde durmo ajeito
E me deito, em solidão...

As memórias são o que tenho
Ainda, e tão cheias de vida,
Mas completamente sem esperança.
E o suicídio a que venho
Esta noite assim esquecida,
Sem lua e sem bonança.

Aponto a arma carregada
À cabeça, e sem chorar.
Sinto já algum alívio e tremor...
Pobre homem desprezado
Tanto querias amar
E não descobriste o amor...


Este é mais um adeus a uma vida sem vida

Lágrimas

Tantas lágrimas se formaram
No interior da minha alma,
Tanta angústia acumulada
Nestes rios de dúvida,
Nos quais eu me consumia
Em pensamentos dementes,
Em choros mais que decadentes
De tais punhais no coração.


Caí na mais miseravel loucura
De não saber o que ver
Não conseguir entrar em mim,
Para me procurar amar.
Nas minhas mãos
A sangue alguém escreveu a palavra Dor
Para que se entranhasse no meu corpo
Marcando-me para sempre, sem pudor.


Agora volto lentamente
Ao que ainda resta de mim.
Tu, meu Amor,
Beijas estas mãos,
Acolhes esta dor,
Aqueces este tormento.

....

Só hoje senti
Que corro entre pedaços de ti,
Na ausência de um sonho que vivi.
Só hoje senti
Que as lágrimas guardadas em mim
São vestígios de uma vida vivida por ti.

Mas quero aprender com o meu sofrimento
E fazer da tua ausência a minha nova vida,
Em que a tristeza se transforma em alegria
E as tuas estúpidas mentiras em verdades.

Dei-te o melhor de mim em cada momento
Mesmo nos dias em que a sorte te parecia esquecida.
Não quero novamente a tua presença fingida,
Nas noites demais, em dias de tempestades.

Vazio

Sinto-me vazio, vazio...
Entendes?
Assim...
Também sentes?
Quando tudo é tão maior,
Quando tudo é tão a mais?
A mais sim!
A luz que brilha lá fora
A luz que nem na nudez me atinge
A vida que me corre por dentro
Que me escorre de dentro
Que o soalho de vermelho tinge.
Não sentes?!
A paz do desassossego,
O frenesim dos segundos lentos?!
Não entendes?!
É somente o vazio...
O vazio...
O silêncio...
Assim...

...

A poesia, é suicídio?
Depressão crescente no estado vigoroso
Caminha para a morte sem perguntar porquê.

Estas palavras, são suicídio?
Recalcamento inconsciente vivo na tinta,
No papel e em todas as letras do alfabeto.

A tua presença, é suicídio?
Se não fizesse da minha pele um arrepio,
Esta pergunta deixava de fazer sentido.

Repito: a poesia é suicídio?
Desgosto de questões irritantes,
Quanto mais de irritação a dobrar.
Silêncio.

Pensar nisto, é suicídio?
Outra vez silêncio, no pensamento
Não preciso de falar.

A vida passar ao lado, é suicídio?
Silêncio imortal:
Matei-me.

Desculpa-me se Morri

Da reserva estonteante
Das saudades escondidas
Ficou o grito inquietante
Das longas noites perdidas

Resguarda-se assim um tempo
Da longa cratera que se abriu
Lançando a Alma ao vento
Pelo sentimento que partiu

Deita-se agora o corpo em alívio
Esquecendo o lábio que sorri
Balbuciando em agreste declívio
- Desculpa-me... se morri…

Se A Morte A Mim Me Levasse

Se a morte a mim me levasse
Se num segundo a minha alma a mim já não pertencesse
Dormiria eu um longo e tranquilo sono
Teria a paz há muito desejada

Se a morte a mim me levasse
Estariamos mais perto do que nunca
Eu convidava-te a dançar
Seria eternamente amado

Se a morte a mim me levasse
Passaria as noites a olhar o teu lindo rosto
A admirar o teu luminoso sorriso
A contemplar os teus olhos serenos

Se a morte a mim me levasse
Eu dar-te-ia a minha mão
O meu colo,o meu Amor.

Se a morte a mim me levasse
Eu dar-te-ia a minha Vida.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ela

Ela pode ser o rosto que eu não consigo esqueçer
O caminho para o prazer ou para o desgosto
Pode ser meu tesouro ou o preço que eu tenho que pagar
Ela pode ser a música de verão
Pode ser o frio que o outono trás
Pode ser cem coisas diferentes
Num dia

Ela pode ser a bela ou a fera
Pode ser a fome ou a abundância
Pode transformar cada dia num paraíso ou num inferno

Ela pode ser o espelho de todos os meus sonhos
Um sorriso refletido num rio
Ela pode não ser o que ela parece
Dentro dela mesma

Ela, que sempre parece tão feliz no meio da multidão.
De quem os olhos parecem tão secretos e tão orgulhosos
Ninguém pode vê-los quando eles choram

Ela pode ser o amor, que não espera que dure.
Pode vir a mim das sombras do passado.
Que eu irei me lembrar até o dia de minha morte

Ela pode ser a razão pela qual eu vivo
O porquê pelo que eu estou a viver
A pessoa que cuidarei nos tempos e nas horas mais difícieis

Eu irei levar as risadas e as lágrimas dela
E farei delas todas as minhas lembranças
Para onde ela for, eu tenho que estar lá
O sentido da minha vida é ela

A ti que sabes quem és...

....

Caminho sem ver,
Caminho já farto de sofrer
Tudo aquilo que sinto
Não é mais do que me perder.
Sinto a minha alma a depauperar
E a nada me consigo agarrar!
A dor sobre mim me dobra…
Apaga a imagem,
Apaga toda aquela visão,
Que fazia vibrar o meu coração.
Choro a pena que por mim tenho…
Sofro por tudo aquilo que deixei
Fico completamente assombrado!
Desço uma enorme escadaria,
E não sei onde ela vai parar
Mas não tenho medo algum,
Pois nesta vida já não penso acreditar.
Paro e mortifico-me…
Vou aqui assumir e colocar o fim da minha Vida!
Ando mais um pouco,
Com um olhar que pareço um louco.
A Vida desiludiu-me…
Assim assino a minha Morte,
Dando um passo em falso
E com a minha cabeça bati.
Fez um estrondo forte!
Esgueirava sangue por todo o lado,
Já não tinha qualquer movimento…
Foi ali o meu fim,
Pois a vida não queria saber de mim!

Qual Foi O Meu Erro?

Será meu erro amar-te desta forma despropositada, indevida?
Será meu amor um grande incômodo em teus dias?
Será que deveria ter-me calado mais esta vez?
Porque é o nosso amor antigo, anormal, intenso
E por querer que ele enfim desabroche falo sem saber se devo
Porque não somos mais os mesmos, as histórias mudaram
Os personagens são outros, e o sentimento está a arder no peito
O que houve que nos esquecemos, que nos perdemos entre outros
Saciamos a nossa carência, a nossa saudade de um calor,
Mas deixamos o principal, que nosso amor ficasse ao léu
Um amor assim puro e verdadeiro ficou por anos vagueando
Para que um dia em meu coração alguém preenchesse o vazio
Um vazio que me deixas-te quando foste para longe de meus olhos
Será meu erro ter recomeçado um amor tardio?
Ter aberto meu íntimo, meus anseios e desejos?
O que aconteceu com o nosso amor?
O que matamos, antes mesmo de começar?
O que dissemos e maltratamos antes de saciar?
O erro foi amar-te desta forma despropositada, indevida
Enfim o erro foi de certa forma, sequer amar-te

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A Morte Da Fênix

Estou a ir embora..........
Vou voltar pro meu ninho para me refazer
Minhas penas ... são tantas penas
Que nem mesmo o tempo poderá me reerguer.

Hoje eu estou mais velho e cansado
Marcado pelas marcas do tempo que ficou
Olho para mim ... nada vejo
A não ser essa dor que em mim ficou.

Conheci-te sem medo ou reservas
Mas com medo deixei-te conhecer-me
Fui criança cheio de esperança em teus braços
E agora diz-me.... o que vou fazer?

Qual a razão dessa dor que tu me causas
Eu me pergunto sem encontrar a resposta.
Fui insensato ao entregar-me dessa forma ?
Para ti eu não passei de um idiota?

Responde-me o porquê de tudo isto..
Alguma vez eu te cobrei o amor ?????
Para quê fingir tudo aquilo se não me querias...
Se eu era apenas mais uma borboleta nessa flor?

Para quê as mentiras e juras falsas
Porquê tantas palavras de carinho em vão....
Não me peças para crer em ti agora.
Não me peças perdão.

A magoa existe em mim eu não nego
E retorno para meu ninho entristecido,
Afinal eu sonhei com uma Rosa em meu caminho
E encontro outra, por tantos orvalhos umedecidos.

Hoje eu sei que a Rosa é enfeite para um jardim
Onde muitos podem e irão admirar
Sei que a fênix deve voltar para seu ninho...
Que é inútil querer se enganar.

Esta é mais uma decepção meu coração
Mas que esta seja a derradeira, pois é fatal.
Deixa que a Fênix retorne para seu ninho em silêncio.
E ali deixe suas cinzas.... e nunca mais se torne real.

A Morte Do Amor

O amor morreu, silênciado pelo parado cântico
Que não ousei aos ouvidos atentos entoar,
Queria-te comigo, mas longe te manténs, para lá do atlântico...

O amor morreu, simplesmente por ti foi ignorado,
Ficas ausênte, abraçada à indiferênça, triste é o pranto
De ter sido assim malevolamente mal amado...

O amor morreu, nos braços de quem tanto amo,
Enterrei-o por fim, no chão da eterna alma,
E lembrar-me-ei dele, ao menos uma vez por ano...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Por Amar Demais

Meu amor, não suporto esse silêncio atroz,
Nas noites de vigília e intensa nostalgia,
Onde falo contigo e só ouço o som da voz,
Do coração que por ti clama em lenta agonia.

Porque foi que aos sonhos a vida entreguei,
Escalando montanhas pensando alcançar,
A estrela distante que por tanto tempo amei,
Sempre presente na luz de meu triste olhar.

Meu amor, como foi que te perdi, não sei!
Talvez porque não me deixaste explicar,
As razões e as longas horas que me torturei,
Sofrendo tanto por não poder te encontrar.

Tão perto estavas do calor de minha paixão,
Dos beijos ardentes que para ti guardei,
Que não poderia dissimular toda emoção,
Num momento mágico pelo qual tanto esperei.

Meu amor, julguei que não poderias perdoar
Meu anseio incontido de querer te amar,
Esquecendo convenções, testemunhas e o lugar,
Beijando teus lábios sem com nada me importar.

Foi por querer demais que meus desejos sufoquei,
Para não te constranger e a maledicência expor,
Que todos meus sonhos mais sublimes sepultei,
Naquela noite em que quase morri de amor.

Meu amor, ansioso esperei, mas o telefone não tocou,
Tua meiga voz desejei ouvir para me justificar,
Então finalmente pude compreender o que restou,
É apenas a saudade que nunca vai me abandonar.

Hoje vivo vagueando pelas estradas sem estrelas e luar,
Levando n'alma tristes recordações do que passou,
E o arrependimento de não ter ido te encontrar,
Sem me importar que assistissem o meu imenso amor.

Morri Por Amor

Morri
No meio de sorrisos traição e arte
Algo me atordoou mas não sei bem o quê
É algo que so torna numa dor que parte
Ou no amor que ninguém vê ?

Morri
No meio das tuas doces lágrimas
Que caiem no meu livro de desgosto
Mas continuo a virar as páginas
Tentado descubrir o melhor posto

Morri
No meio do que é teu: no meio do mundo
Entre o céu e o mar ainda continuo a nascer
Num mar de sangue de esperança profundo
Que se actua no papel por escrever

Mas ainda me sinto vivo por dentro
Sinto o teu cheiro que nunca encontras-te
Ainda as páginas se situam na inspiração do sentimento
Morri ... ou foste tu que me matas-te ?

Se Te Perder Amor!

Até qu’eu morra, irei sempre guardar
O mais sentido amor de minha vida.
Perdê-lo, será da minha vida o terminar
Na mais profunda dor e mais sentida!

Se te perder, amor, meu corpo vai ficar
Co’a mais dolorosa e cruel ferida
Até que, morto, se vá a sepultar,
Ou que cremado seja na hora partida.

E as cinzas – se assim for – atirem-nas ao mar.
Elas espalhar-se-ão em suas águas
Até que longe, eu sei, vão encontrar…

As lágrimas que temos vindo a chorar
Nesta vida de sofrimento e de mágoas
Em que se é incriminado por amar!

Mata-me

Mata-me rápido,
Sem lágrimas, sem pensar,
Sem ter pena...faz isso
Todos os dias de olhos fechados.

Deixa-me sangrar...
Que seja inegociável
A minha dor e o meu desespero...
Afie a lâmina no aço do teu
Coração...

Enfia a faca e saboreia
Meus olhos em espanto,
As minhas mãos em surpresa.
Deleite-te com a beleza
Do gemido, das palavras
Caindo mortas de minha boca...

Retalha a minha alma,
Corta-me os sonhos
Em pedaços, desata os laços
E preenche meus espaços
Com o ar cruel do egoísmo.

Mira direto no meu coração
E depois empurra a faca
Todo dia um pouquinho mais...
Isto é o que restou do nosso amor:
Mais guerra do que paz.

E ASSIM MORREU UM AMOR

E assim o dia se fez noite
A noite se tornou tão fria
O frio corta como o açoite
O açoite, que dor me fazia

E o dia surgiu tão nublado
De nublado se fez chuvoso
Chuvoso me deixou molhado
Molhado, triste, tão raivoso

Pois vi nosso amor terminado
Terminado, por tua insensatez
A insensatez me deixou chocado
Chocado pois nos chateamos de vez

E assim morreu em mim o amor
Amor que te dei com tanta ternura
Ternura que me pagas-te com a dor
Dor que levou o poeta a loucura...

Um dia verás a grande asneira
Asneira que fizeste por amigos
Amigos que falam só asneira
Asneira que te fez chatear comigo

E agora ficaras em tua solidão
Solidão que aos poucos te mata
E ao te matar, mata meu coração
O coração, aonde tu já não habitas...

Super-Homem Morto

Um suicídio no espaço
O mito de Sísifo cruzando planetas
A última fronteira
É outra entidade escarrada.

O peso do espírito acorrentado a subjetiva verdade que transforma o heroísmo em poeira
Super-homem morto ,
Cinzas nas pernas atrofiadas,pairam entre os pés
Voltam para o túmulo engolindo a luz de um guia .

Oração e fé
Credo e raiva,inquisição,
O conhecimento nos redime
A morte nos salva.

Super-homem decomposto em sua cadeira de rodas,
A lápide permanece tanto quanto a lenda que um dia some
No atro pensamento de um esqueleto na plagente canção,
Do condenado o pulso fraco denuncia o choro e a vergonha,
Ergue-se no triunfo do último desejo,
Covarde ou herói.

Devolve-me a Alma

Percorro o mar com os olhos na ânsia de chegar ao rio profundo onde morro para ficar mais perto de ti. Os rochedos engolem a claridade dos meus olhos como se o céu se extinguisse neles e na sua inércia desprotegida. Insisto em romper essas cataratas nervosas que me confundem e então… encontro-te.
Sim… lá estás… tu, numa espécie de sinfonia de silêncios sórdidos, a olhar para mim através dos reflexos da água estranhamente azul como o firmamento. Os teus silêncios afogam-se de ironias silenciadas, são corrompidos abruptamente, e chegam até mim através do vento desatento.
De repente vejo-te como se fosses uma onda gigantesca a enfeitar-se de espuma reluzente. Ah… és tu… sim! Vejo-te, céus, que saudade eu tinha tuas…!
Sorris-me e eu arrepio-me. - És tu… ou é a minha necessidade de te encontrar?
Os peixes que moram nos teus olhos fitam-me asmáticos, e eu tenho vontade de os atirar para a água porque não resisto ao seu sufoco arrepiante.
És tu? Ou és a aragem que me açoita a imaginação?
Porque te salgas ainda mais nos meus olhos?
Porque permaneces neles assim… sentada impávida e inerte, como se te fosses atirar de uma rocha perigosamente íngreme?
Ao olhar-te assim nesta ansiedade de gaivota ferida, pareces uma daquelas crianças famintas, com os seus ventres disformes, a olharem complacentes, como se rompessem a minha distracção marmorizada.
E assim, neste sufoco, apenas consigo perguntar-te:

- Devolves-me a alma?

Odeio-te Tanto Quanto Te Amo

Se te disser que te odeio,
Promete-me...
Que não te escandalizas
Supostamente uma pessoa sensível
Não devia odiar ninguém…!
Mas odeio-te... odeio-te...
Tanto quanto te amo, e depois?
Uma pessoa revoltada
Não poderá odiar?
Penitência e abstinência
É o que me sobra de mim em ti.
Odeio-te odeio-te...
E depois?
Caramba!
Se eu te disser que te amo,
Promete-me que limpas
A sujidade desta cegueira
Que torna os meus olhos,
Remelosos e ácidos,
Mecanizados de tanto desespero!
Odeio-te... odeio-te...
Tanto quanto te amo, e depois...?
As lágrimas não lavam a alma?
Ah... permanência e insistência…
Caramba!
Se eu te disser que te vomito,
A cada pensamento que não quero
A cada momento exíguo
Em que a tua imagem,
Me afaga o coração, acreditas?
Contemporizas?
Ou agonizas como eu?
Ah... eu sei, eu sei...
Sou uma gibóia que te assusta
Que se enrola à tua alma.
A tua ausência não me acalma.
Avoluma-se nas minhas têmperas
Laceradas pelo cansaço.
Anda... dá-me um abraço
Promete-me…. que acreditas
Que não te amo,
Porque te quero odiar!

Um dia tu aprendes que...

"Depois de algum tempo tu aprendes a diferença,
a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E aprendes que amar não significa apoiar-se,
e que companhia nem sempre significa segurança.
E começas a aprender que beijos não são contratos
e presentes não são promessas.
E começas a aceitar as tuas derrotas com a cabeça erguida
e olhos adiante, com a graça de um adulto
e não com a tristeza de uma criança.
E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje,
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair meio em vão.
Depois de um tempo tu aprendes que o sol queima
se ficares exposto por muito tempo.
E aprendes que não importa o quanto te importes,
algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceitas que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai ferir-te de vez em quando e tu precisas perdoá-la por isso.
Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobres que se leva anos para se construir confiança
e apenas segundos para destruí-la,
e que tu podes fazer coisas num instante,
das quais te arrependerás para o resto da vida.
Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que tu tens na vida,
mas quem tu és na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprendes que não temos que mudar de amigos
se compreendermos que os amigos mudam,
percebes que teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa,
ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobres que as pessoas com quem mais te importas na vida
são levadas de ti muito depressa,
por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos
com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprendes que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós,
mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começas a aprender que não te deves comparar com os outros,
mas com o melhor que tu mesmo podes ser.
Descobres que se leva muito tempo para te tornares a pessoa que queres ser,
e que o tempo é curto.
Aprendes que não importa onde já chegas-te, mas onde estás indo,
mas se tu não sabes para onde estás a ir,
qualquer lugar serve.
Aprendes que, ou tu controlas teus actos ou eles te controlarão,
e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,
sempre existem dois lados.
Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as consequências.
Aprendes que paciência requer muita prática.
Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te ignore
quando tu cais é uma das poucas que te ajudam a levantar-te.
Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência
que se teve e o que tu aprendes-te com elas
do que com quantos aniversários tu celebras-te.
Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que tu supunhas.
Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são burrices,
poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia
se ela acreditasse nisso.
Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva,
mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobres que só porque alguém não te ama do jeito que tu queres
que ame, não significa que esse alguém não te ama,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.
Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,
algumas vezes tu tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo.
Aprendes que com a mesma severidade com que julga,
tu serás em algum momento condenado.
Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido,
o mundo não pára para que o consertes.
Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, planta teu jardim e decora tua alma,
ao invés de esperar que alguém te traga flores.
E tu aprendes que realmente podes suportar...
que realmente és forte, e que podes ir muito mais
longe depois de pensar que não podes mais.
E que realmente a vida tem valor
e que tu tens valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e fazem-nos perder o bem
que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."

Vale a pena pensar nisto:???

"William Shakespeare"

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Porque Te Amo?

Porque te amo?
Se na calada da noite me abandonas,
Te escondes tal como sol,
Sem mostrares o teu rosto.
Porque te amo?
Se no meu relógio conto os minutos, as horas,
Os dias em que passas sem me dizer amo-te?
Porque te amo? Não sei!
Meu coração sofre em silêncio,
De um luto quente que me assola,
Nas noites frias de verão,
Onde a lua sorri tristemente,
E me diz esquece simplesmente.
Porque te amo?
E não consigo esquecer,
A tua boca doce e marota onde aprendi a amar.
Porque te amo? Não sei,
Amo-te, odeio-te, quero-te, desejo-te,
Entre tantas outras coisas,
Simplesmente porque em meu peito ficaste presa.
Porque te amo?

sábado, 11 de abril de 2009

Ambos Perdemos

Ambos perdemos
EU
Porque era a ti que mais amava
TU
Porque era eu que te amava mais
Mas, dos dois quem mais perdeu
Foste Tu,
Porque eu posso vir a amar outra
Como te amei a ti
Mas,
A ti nunca ninguem te amará como eu te amei

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Eu Não Quero Amar-Te

Eu não te quero amar
Quero tirar-te do meu pensamento
Não suporto mais este tormento
Deste amor sem fim, sem meio, e sem começar

Eu não te quero amar
Só quero esquecer-te, acabar este meu desatino
Tirar-te para sempre do meu coração, de meu destino
Porque eu não te quero mais amar

Eu não te quero amar
Para não sofrer, para não mais chorar
Para poder novamente viver, sorrir, respirar

Para poder novamente alegre e feliz cantar
Buscar, outro alguém encontrar e poder amar
Por isto eu não te quero amar

Eu não te quero amar
Porque quero poder alegre acordar
E poder ver feliz os pássaros cedo cantar
Assim eu não te quero mais amar

Eu não te quero amar
Porque quero ver o dia lindo que esta a nascer
Saber que o entardecer me irá maravilhar
Por isto não te quero amar, e esperar alegre o escurecer

Eu não te quero amar
Para poder sair e procurar outro alguém encontrar
Não quero sofrer contigo a espezinhar
Pois tu estas sempre a sufocar

Por isto eu não te quero amar
Porque tu acabas todos os dias com um pouco do meu viver
E eu quero viver, quero ver flores por onde eu caminhar
Quero encontrar um novo amor, que quando em casa chegar

Ela la estará feliz e contente, sempre a esperar
Que eu possa leva-la para nosso quarto, e feliz então a beijar
E com doçura e caricias possamos enfim amar
Por isto eu não te quero mais amar

Quero com minha amada trocar as mais lindas caricias
Quentes fogosas alucinantes, que nos levem a doces delicias
Num êxtase supremo de um amor, que dentro de nós esta a morar
Por tudo isto, é que eu não te quero mais amar

Por fim eu não te quero mais amar
Porem não consigo, e sigo meu caminho a procurar
Amando-te cada vez mais, porque é impossível esquecer-te amor
É difícil, eu imaginar ficar longe do teu calor

Pois é impossível eu poder de ti um dia vir a esquecer-me
E assim vou sempre, procurando um dia encontrar-te
Porque sem ti não existe vida, é melhor morrer
Então para eu poder viver...Preciso amar-te...

Ao Meu Amor, Que Não Queria Amar

Como um relâmpago chegaste iluminando
A minha vida outrora em tristes trevas,
O teu carinho só me fez ver amando
E auto-estima por ti hoje elevas.

Meu sentimento tornou-se eternizado
Perante o teu poder que a mim escravizou,
Choro a saudade, a dor de enamorado,
E bebo as lagrimas que a alma não secou.

O meu orgulho só me trouxe o remorso,
Talvez se hoje quiser voltar não posso,
Pois nos teus braços encontrei o além-mar...

Minha vaidade tornou-me um suícida
E hoje vejo que a razão da minha vida
É sem querer mas mesmo assim tanto te amar.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Encontro-me Neste Amor

Eu posso interromper o trânsito
Caótico desta cidade, só para dizer
Em alto e bom tom o quanto
Te amo

Eu posso emergir no meio da guerra
Com uma rosa na mão
O beijo e o sexo preparados para ti
Com o meu amor , que é teu, bordado
Na bandeira de todas as vitórias

Eu posso caminhar seja no alto
De um prédio seja na beira do mar
A cantar como quem descobriu a voz
Que te amo tanto
Que só me encontro neste amor

Porque eu posso viver e não estar vivo
Eu posso atravessar o oceano
E não sair de mim, só me entendo
Amando-te, eu montaria nos centauros
E nos cavalos marinhos para fugir contigo

Eu sei sou chato no acto desfaço o laço
Caço o sinal de um mal maior
Que o dó de peito revela no meu amor
Por ti, não tem jeito, abro a janela

Recebo as flores que o sol e a lua
Enroscam em mim, porque o teu amor
É brasa e tu és o meu jardim,
Sou teu verbo, inventor da tua pele

Piso o fogo e não estou preocupado
Meu amor vou além do beijo de novela
E do bis, quero-te por crêr
No amor vindo da essência

Sabendo que é mais indecente
Que hora marcada no hotel
Por ser melhor, amor sem fim
Não tem rótulo, é amor por si só,

É mais que dançar para ti,
É colher o raio da criação no sim

Ninguém Te Vai Amar Como Eu Te Amei

Ninguém vai te amar como eu te amei,
Dei tudo de mim, até o impossível.
Dei meus dias, dei minha vida,
Dei minha alegria minha juventude.

Ninguém vai te amar como eu te amei,
Porque só eu sei dos teus desejos,
Respeito tuas vontades e anseios.

Ninguém vai te amar como eu te amei.
Ninguém vai te amar de forma tão verdadeira,
Ninguém vai te ouvir, em dias de turbulência.

Ninguém vai te amar como eu te amei.
Como a força de um elefante,
Como a fúria do vento,
Com um olhar de águia.

Ninguém vai te amar como eu te amei,
Sem pudor, sem preconceito,
Cheio de amor....cheio de brilho.

Ninguém vai te amar como eu te amei,
De forma verdadeira, única!
Da minha maneira, mas amei-te!
Só lamento se não fui o que querias
Se não fiz o que sonhavas,mas amei-te!

Ninguém vai te amar como eu te amei.
Seria bom, se tu pudesses voltar a ser
A borboleta do meu jardim.
Mas tenho que aceitar,
Que a nossa linda história
Chegou ao fim.
Saber que tu podes ter sido
Chamada por outro coração.

Mas ninguém vai te amar como eu te amei!
Com toda a força de minha alma.

Quando Tu Não Dizes Nada




É maravilhoso como tu consegues
Falar diretamente ao meu coração
Sem dizer uma única palavra
Tu consegues iluminar a escuridão
Tentas como eu,
Mas nunca vou conseguir explicar
O que eu ouço,
Quando Tu não dizes nada

O sorriso no teu rosto
Faz-me saber que tu precisas de mim
Existe uma verdade nos teus olhos
Dizendo que tu nunca me vais deixar
O toque da tua mão
Diz-me que tu vais segurar-me
Onde quer que eu caia
Tu dizes isso melhor
Quando não dizes nada!

Durante o dia
Consigo ouvir pessoas a conversar alto
Mas quando tu me trazes para perto
Tu destróis a multidão.
Tenta como eles,
Eles nunca vão conseguir definir
O que foi dito
Entre o teu coração e o meu


O sorriso no teu rosto
Faz-me saber que tu precisas de mim
Existe uma verdade nos teus olhos
Dizendo que tu nunca me vais deixar
O toque da tua mão
Diz-me que tu vais segurar-me
Onde quer que eu caia
Tu dizes isso melhor
Quando não dizes nada!


O sorriso no teu rosto
Faz-me saber que tu precisas de mim
Existe uma verdade nos teus olhos
Dizendo que tu nunca me vais deixar
O toque da tua mão
Diz-me que tu vais segurar-me
Onde quer que eu caia
Tu dizes isso melhor
Quando não dizes nada!

Tu dizes isso melhor
Quando não dizes nada!

O sorriso no teu rosto,
A verdade nos teus olhos,
O toque da tua mão,
Faz-me saber que precisas de mim!

"Ronan Keating"