domingo, 26 de abril de 2009

Nas Profundezas do Silêncio

No reflexo de um espelho
Partido pela vida
Vermelhas são as lágrimas que vejo
Sinais tocantes da melancolia

Ao redor de um quarto escuro
Papéis rasgados deitados ao chão
Paredes sujas com um sangue impuro
Actos desesperados de redenção

Nas profundezas do silêncio procuro-te
Gritos ecoam no vazio
Vozes distantes com ouvidos surdos
Eis que há alguém escondido neste labirinto

Vejo vultos negros no meio da multidão
Pequena luz que se acende
Eu vejo-te almejando proteção
Preciosa alma que me compreende

Amor sublime que suavemente invade meu peito
Tristeza que ainda em meu coração jaz
Partirá afogada por nossos doces momentos
Tu eras a única que me traria a paz..

Odeio--me

Ah! Como me odeio
Por não te ter entendido.
Odeio-me por te ter deixado partir,
Odeio-me por ter dito palavras que não queria,
Por te amar, mais do que deveria.

Odeio-me por te odiar ou mesmo
Por não saber odiar-te.
Odeio-me tanto que chego a amar-te.
Odeio-me por não ter dado o beijo de despedida,
Por não ter ido à tua partida.

Odeio-me por ter deixado tudo passar em branco.
Odeio-me, mais ainda por ter negado o teu amor.
Odeio-me por nunca ter dito que a amava
Ou que ainda a amo.

Odeio-me tanto por querer esquecer-te,
Por não deixar de pensar em ti.
Ah! Como me odeio
Por ter deixado esta história morrer
Sem antes mesmo de nascer.

Musa

Oh! minha musa de pedra porque não choras
Tens um sorriso gelado, sem lágrimas no olhar
Deixa-me ir contigo ao espaço onde moras
Deixa-me ficar ao teu lado, em teu eterno lar

Quero ficar ao teu lado, bem acima do mundo
Para ver as nuvens brancas ao clarear a aurora
Do sol quero estar a poucos e breves segundos
Para ver da amplitude tudo que há lá por fora

Transporta-me em ascensão, na nave espacial
Que o homem não consegue construir igual
Onde os Deuses pagãos viverão eternamente

Neste local, milhões de anos viverei contigo
Vendo brumas seculares vindas do mundo antigo
Os poetas e os heróis que se foram para sempre.