segunda-feira, 11 de maio de 2009

Monologo a Dois!!!

Tudo o que escrevo,
Além de ser meu,
É de um outro “eu”
Que vagamente descrevo…

Aquele que além de mim
Se enriqueceu de palavras caras
Em sentimentos baratos…
Mas enfim…

Acho que errei,
Ao deixar o “eu” ficcional
Tomar conta da realidade
Da minha escrita.
É assim
Que hoje, não sei ao certo
Quem sou…

Uma voz, igual à minha
Passeia na mente…
Confusão!!!
Tento-a silênciar,
Em vão!
E assim vai dizendo:
-“ “Eu” sou o “tu”
Mas melhorado…”

Silêncio!
Pensei que fosse incomodativo,
Mas não tanto como de novo ouvir
A voz do meu outro “eu”
A dizer-me:

- “ Repara bem no chão do pensamento,
Eu sou a sombra de tudo o que mexe
Quando estás parado…
Sou a voz em palavras,
Quando insistes em não falar.

Enquanto dormes, sou eu
Que percorro os portais góticos
Da fântasia
E vou-te buscar a inspiração…
Além de por vezes ser engraçado
Apenas ficar quieto, e ver-te dormir…

Ah! Ah! Ah! Que visão!”

Olha a minha sorte!
Até “eu” gozo comigo mesmo
Ou comigo próprio, nem sei…
Estranho por demais,
Conseguir-me ouvir nitidamente,
E não ter o poder de me calar.
Devo estar a meios de enlouquecer
Para variar…


Errei, errei, errei,
Ao não ver mais cedo
Que tinha errado,
Ao criar um complemento de mim...

Sim, admito, estou louco,
A dobrar,
Pois só assim se explica
Este estúpido monologo a dois…

É noite Sobre o Meu Dia!!!

A noite numa morosa cadência lentamente cai
E encontra-me como insólito sozinho,
Por entre as luzes baixas da falta de carinho
Onde até a alegria diluída em suspiros se esvai…

Saio á rua, a duvida sempre em mim recai!
Ansioso tento ler indicações num pergaminho,
Mas não encontro o pretendido caminho
Para seguir por onde a alegria vai…

E é assim que a solidão me oferece seu açoite,
Dádiva de um fado triste à espera que pernoite
Nas linhas do destino a minha poesia…

Talvez seja sina, maldosa e esguia,
Que me faz sentir o negro da noite,
Até na mais pura clareza do dia…

Cairei sim, mas à minha maneira!!!

E virá de novo
A dor,
Para me passar
Mais uma rasteira,
Enquanto seguro o andor
De todas as minhas tristezas...

Cairei sim, como
Muitas outras vezes,
Abraçando de novo a dor,
Para caminhar
De braços com tantas incertezas...

Sei,
Que nada é previsivel, ou intocável,
Nem se pode encomendar um destino
Como se encomenda uma pizza
A vida, não se rege,
De inúteis vontades...
Pois são tantas,
As falsas verdades,
Mesmo não estando a mentir,
Que preenchem o teatro da vida,
Como nuas realidades,falsificadas,
Que se vivem em sonhos,
E que se pensa serem reais
Mesmo não estando a dormir...

Virá de novo
A dor,
Mas eu estarei já preparado,
Conheço o pé que me rasteira,
Por isso digo:

-"Cairei sim, mas à minha maneira!!!"

Agora Sabes Porque Vivo Triste.

A ânsia assenta em mim devagar!
Inunda-me o pensar de amargura
Nem as memórias de um doce sonhar
Atenua o que sinto em dor ou a cura...

Mais vale esquecer os sonhos, que relembrar!
Se o dia me devolve de novo a tortura...
Eu que passo noites pelo teu amor a soluçar!
E o revejo como pecado, em vez de coisa pura…

Agora sabes porque vivo triste?!
Se nem fantasia me elege ou existe,
Que apague a saudade que contenho!

Saudades tuas, que eu em mim retenho!
É todo o sentir, no pouco que de ti tenho
Agora sabes porque vivo triste!!!