terça-feira, 7 de julho de 2009

Poderia ser nada... e isso bastaria

Quando te sinto nos meus braços, quando me enrosco em ti,
Quando te beijo com firmeza, quando te amo naquela cama,
Quando te olho, quando te espero, quando te toco, quando te busco,
Quando enlouqueço, quando penso, quando sonho contigo,
O meu corpo reage, a minha mente viaja para longe,
E sei que poderia ser nada... e isso bastaria.

Poderia ser amarelo, vermelho, azul ou verde,
Poderia ser um estranho e viver noutro planeta ou galáxia,
Poderia ser um simples animal, irracional, como um cão ou um gato,
Um leão ou um elefante, um rato, um lagarto ou uma doninha fedorenta,
Poderia ser uma simples partícula de ar que respiras, um átomo,
Ou um ácaro com o qual te deitas sem saberes,
Poderia até não existir sequer, que apaixonado como estou,
Te buscaria e te alcançaria, onde quer que estivesses,
Mesmo que não existisses na realidade,
Recorrendo a todos os meios possíveis

E se isso fosse impossível, de nada passaria a tudo,
E tentaria novamente, e daria continuação à minha incessante busca,
Porque te amo, porque quero sentir-te nos meus braços,
Porque és parte de mim.
Porque és tudo em mim.

Retalhos da vida

Pega nos retalhos das tuas horas,
Que em cantos da tua vida estão,
Pétalas de antigas flores irás encontrar,
Palavras que encantaram teu coração,
Amores que definiram a tua caminhada,
Pedras que fazem hoje,
Do teu coração uma morada.
Não fujas do passado,
Com a mesma velocidade com que ele passa,
Regista todos os teus momentos.
Não esqueças o passado,
Pois a dor maior de não tê-lo vivido,
É tê-lo vivido e em vão, tê-lo esquecido!
As dores são exemplos para vida,
As alegrias, flores plantadas no caminho,
Para que o perfume te leve onde estives-te.
Não chores um amor perdido,
Porque não era amor ,
Se uma pequena brisa o levou,
Do diário da tua vida que ficou.

Pega nos retalhos das tuas horas,
Mas não determines caminhos,
Para contigo levá-los,
Pois os encontrarás se o passado não esqueceres,
Em cada cantinho há traços do teu viver,
À lagrima, solidão, paixão,
Há nas curvas da tua existência,
Carinho, desprezo, compaixão.
Há a tua historia em retalhos enfim,
E cada um tem as suas veredas para trilhar,
As suas flores para plantar,
Para muitas vezes,
Espinhos colher e carinho espalhar!

"Vale a pena pensar nisto"

Amor

Poderoso como as ondas do mar
Imparcial quanto à triste Morte
No universo o mais poderoso archote
Na morte, o único pr’a superar

Um Arrepio! Dá para acreditar?
Tormento ao qual ninguém sabe ser forte
Fúria única que faz perder o norte
Imensidão difícil de cismar

Penetrante este afiado punhal
Delicado como uma linda rosa
Devastador tal como um furacão

Rendam-se agora ao poder da sua prosa
Acreditem neste poder vital
Que tão grande é sua vasta imensidão

Eu e mais Eu

…Se eu pensasse duas vezes antes de o fazer, não o teria feito, até porque ela nem me deu nunca a certeza de nada, e os sentimentos quando são verdadeiros, reais, não há dúvidas. Ando sempre neste vai-e-vem entre o desejar e o ter, como se a vida fosse um jogo, uma rotina diária, quase como lavar os dentes, para logo a seguir os voltar a lavar porque já se comeu um doce, ou se bebeu um café.

Hoje fui almoçar a um restaurante italiano. Escolhi massa. A massa foi escolha minha e ficou no prato. Só comi os cogumelos. Enquanto almoçava, pensava que a minha vida amorosa tem sido sempre assim, bem confortável, mesmo nas escolhas inúteis. Tenho uma pontaria para os fracassos como nunca me vi ter com mais nada. Acredito que tudo o que fazemos tem um objectivo, algo que teremos que aprender a ver o que nem sempre acontece e tudo nos passa ao lado. Estar alerta, conseguir permanecer num estado de vigília constante não é nada fácil e dou comigo a tomar decisões contrárias às ideias que me ocupam o pensamento. Ir directo ao pondo fulcral, ao remanescente, às origens do que sou é aquilo a que chamo de devaneios, loucuras incessantes que caminham em socalcos pedregosos e deixam um rasto de desilusão. Mas já consigo vislumbrar uma réstia de luz muito no lusco-fusco de uma vida de tantos erros.
Saiu daqui agora a Vânia, nem conseguiu olhar para mim quando lhe perguntei, com um sorriso aberto e sincero:
_Tudo bem ?
Ela responde sem me conseguir olhar nos olhos.
- Sim, a crise vai-se desvanecendo. Eu insisti e voltei a perguntar:
- E novidades, a vida, tudo igual?
Ela percebeu e continuou evasiva. Perguntou:
- Que se passa, de novo? Estás diferente.
Eu respondo
- Nada! Sou só eu e mais eu...

De frente para o mar, de costas para o sol que surge lentamente, vejo com alguma nitidez, as cores que conduzem o meu olhar ao longo da praia. Não pensar, não querer saber e aproveitar o que os dias me dão. Este é um dia para mim, sem querer saber de nada nem de ninguém. Cometemos um erro prontificando-nos para nos dar às pessoas e nos esquecemos de nós por aí...Há quem se aproveite de tudo o que temos e que lhes faz falta, e quando damos por isso, estamos envoltos em tempestades lamacentas que atrofiam os nossos passos, inundam tudo à sua passagem e desenvolvem certas calamidades, com o simples intuito de apagar o brilho e a luz que as ofusca. Sugam-nos até aos ossos e quando estão saciadas, deixam-nos num estado miserável sem forças para nada. As energias demoram algum tempo a repor, o nosso corpo fica debilitado, e o nosso estado emocional altera-se num registo denso, que só nos trará situações desagradáveis.

Não esperes que continue a dar-me como até aqui, porque decidi que não o farei, sem antes velar por mim. Sou a pessoa mas importante antes de todas as outras, embora todas sejamos importantes. Não te viro as costas se precisares de mim, mas não esperes muito porque eu ando em busca de algo muito maior e ninguém pode dar o que não tem. Aqui neste imenso areal despojo-me da aridez de certas palavras e lanço-as na fluidez das areias finas, ficando a observar de perto a sua desenvoltura. Os minúsculos grãos abrem-se deixando entrar o ar, a água, o calor do sol, os elementos da natureza em comunhão com o ser - o quinto elemento aguarda pelo resplandecer das maravilhas do novo mundo, aquele que está submerso palmilhando os pensamentos...

"texto adaptado de um texto de autoria de Dolores"

A passar o meu tempo a amar-te...

Nestes lençóis que ainda ontem aquecias...
Hoje frios de ausência...
Sentir-te mais do que sobriamente colada a mim.
Sentir o teu perfume, o teu calor, o teu sorriso a desvendar-me um beijo.
Afagas-me o cabelo e pedes-me para me colar a ti.
Beijar-te o corpo e iluminar-te a alma com os mais potênciais
sentimentos de amor.
Simplesmente te toco, sinto, e magicamente saímos do nosso ninho para
onde a magia acontece.
Percorres os meus sentimentos suavemente com a palma do teu coração.
Emociono-me com os teus olhos.
Choro com o teu sorriso.
E vibro com o teu olhar...
Queria-te aqui...hoje...agora...neste momento...
Para continuar...
A passar o meu tempo a amar-te...