domingo, 28 de junho de 2009

"Incerterza pós-morte"

Onde estarei eu, onde por ventura,
depois da minha morte fantasmagórica?
Serei eu uma estranha criatura,
como os socráticos com sua sábia retórica?

Preparado estarei no dia em que vier
a minha morte de cheiro funerário.
Serei eu outro Ricardo de sobrenome Qualquer?
Putrefação cadavérica ou produto incinerário?

Talvez meu cordão de prata seja aniquilado
e certamente meu corpo seja estraçalhado
pelos micróbios que farão de mim uma presa...

A transitoriedade para mim é um mistério,
só sei que castelo de defunto é cemitério
e que a morte é infalível e única certeza.

Volta...(Vânia Noversa)

Ó, vida minha, ternura pura,
Porque me deixaste nesta hora escura?
Como pudeste partir com tanta calma,
Deixando este corpo sem sua alma?

Estou cego e só, com o passo incerto,
Ando perdido, sem guia, neste deserto...
Com o espírito triste, o juízo escuro,
Em toda a parte te vejo e te figuro!

Como pude eu deixar-te partir,
Estando minha alma tão insegura?
Triste de mim por não poder seguir-te!

Volta, musical tesouro, vem-te a mim...
Alivia esta alma de tanto aperto,
Impõe a estes negros fumos, maus ventos, o fim!!!

"DEDICADO A VÂNIA DE JESUS NOVERSA GOMES"

Eu Peço Para Morrer

Eu quero morrer hoje
Mas não te encontro em lugar nenhum
Nem sei mais se te encontro no meu coração
Já fiquei triste demais

Eu sou um coitado
Mas não venham dar-me os pêsames
Já estou farto disto
Deixai-me morrer em paz pelo menos

Porque é que quem ama sofre?
Porque é que sempre choramos?
É um abismo, um abismo
De dor no meu coração

Para que servem estes rabiscos afinal?
Se a minha dor não cessa nunca
Solidão, solidão
E toca a música

Eu quero morrer hoje
Porque dá vontade de desistir de tudo
Parece que não me restou mais nada
Não me resta nada, nada!

De que adianta escrever se ninguém me ouve?
De que vale uma vida então?
De amor?
De dor?

Eu quero morrer, por tua causa
Tens razão em dizer-me assim
E a minha tristeza
Faz-me parecer o único que se sente assim

Eu só queria morrer meu Deus!
Morrer de amor uma vez que fosse
Mas parece que ninguém me ouve
Todos estão longe de mim

Tentar de novo outra e outra vez
É o que fazemos toda a vida
Meu coração dói, dói e a dor fulmina
E eu choro feito um parvo em silêncio
O que é preciso?
Meu Deus o que é preciso para a fazer amar?
Eu só quero morrer
Eu quero morrer...

Manda alguém para me matar então
Se não és capaz de me dar esse gosto
Eu preciso morrer, eu quero que me matem
Que me matem por um amor
Eu só preciso de morrer...

O MORTE ABRE AS TUAS ASAS E LEVA-ME CONTIGO.
DEUS, DIABO, QUALQUER UM PORQUE NÃO ME ATENDEIS?

Morte...

Tenho razão de falar deste incômodo.
A certeza que temos nesta vida,
É de que morreremos um dia...
Indo pro além, a nossa melodia.

Não há condições de se decifrar...
Das decisões tomadas pela Divindade,
Peço sempre a Deus para me levar...
Que a voz da poesia seja a eternidade.

Este texto é límpido e plausível,
Como a maioria dos meus escritos
A caneta carrega esta dor terrível

Trago do dicionário a palavra solidão
Para amenizar o impacto da minha dor,
Deixando sempre vivo o meu coração

"DEUS PORQUE NÃO ME DEIXAS MORRER?"