terça-feira, 14 de julho de 2009

O Que Restou (Vânia)

Quem sou? ...
Sou apenas um alguém solitário,
Vagueando no meio da multidão,
Com o coração ensanguentado, cheio de tristeza, dor e ódio...
Não te aproximes de mim, pois posso fazer de ti o que hoje sou.

Deixei o ódio dominar-me, e agora sou escravo da minha agonia...
As minhas lágrimas ao caírem doem tanto
Que sujam as minhas esperanças de sangue.
E cada gota de sangue que cai, é um grito por socorro vindo da minha alma.
Oh, Musa, salva-me. Peço-te do fundo do meu coração...
Deste coração destruído, e que um dia foi feliz...

Salva-me

O pior erro já cometido foi terem inventado o amor..
Não o amor normal, sádio e tranquilo.,
Mas sim o amor sombrio, aquele amor sincero, poderoso e real,
que auto-possui o corpo e a mente. Aquele que controla todos os movimentos e acções.
E o pior erro de Deus foi ter dado esse amor ao homem.
Porque Fez um amor perfeito e o deu ao ser mais imperfeito já criado
Talvez tamanha burrice seja tentar resistir quando esse maldito amor toma conta do nosso corpo.
Um exorcismo surreal não nos livraria de tanta possessão.
Amor real, cruel e avassalador.
Que invade nossas vidas e trasforma as coisas.
Pode fazer o bom ser mau, o mau ser bom .
Amor.... Sentimento mais sombrio já criado.
E cobaias somos nós de nos submetermos a isso.
É impossivel lutar... Resistir.
Uma vez possuido, ele vai ferir o teu coração e a tua alma até o fim dos dias.
Salve a alma que se presa a concentrar-se num unico amor.
Salve-se o ser que se provir de solidão de onde nenhum amor possa penetrar.
Salva-me deste desespero que toma o meu corpo e faz-me dizer tantas inverdades.
Somente salva-me......

Ódio

Uma eternidade passou,
Desde que bradei aos céus o teu nome,
Dilacerado em tempestades e ciclones,
Nunca a tua voz ecoou,
Semeio a revolta e os turbilhões,
O caos e os tufões,
Nada em mim se preserva,
O que foi meu nunca será,
A minha vida já não se conserva,
Golpeio e lincho as emoções,
Salpica sangue das minhas sacrificações.

Uma eternidade passou,
Desde que clamei aos ventos o teu perfume,
As tuas fragrâncias nunca estiveram em mim,
Lacrimejei e gritei no tormento que se instalou,
Promovo genocídios e frustrações,
A demência das dilacerações,
Não me sinto em vivência,
O que nunca foi meu nunca o será,
Ânseio a destruição da minha essência,
Abafo e mortífico as minhas sensações,
Esguicha sangue das minhas sacrificações.

Tormentos que chegaram,
E para sempre ficaram.

Aflições que corroem,
E para sempre me destroem.

Suicídio que finda o meu suplício,
Derrama o sangue do meu sacrifício.