domingo, 8 de março de 2009

Mata-me Se Perco A Esperança

Sou porque tu és…
Trata de ver-me assim.
Com minha ternura, com minha paixão
E minhas tormentas.
Meu amor não será um hóspede,
Permanecerá a teu lado.
É a unica segura e verdadeira.
Estas distante, mas a tua imagem ronda
Ainda que nao te veja.
Estás em mim, como uma torrente.
E está tua voz
Murmurando palavras de ternura…
E está teu sorriso…suave…calando
Meus soluços de infundadas penas.
Então, porque esta angustia
Que me atravessa até as bordas do espanto…
Esta incerteza,
Este temor de te não ter…
Estou confuso , como num sonho
E mordo teu nome
E de minha alma a esperança emana.
Tens o meu coração nas tuas mãos.
Quero que o sintas,
É a minha maneira de te fazer saber que existo…
E o meu saber que estás aí,
Nessas sombras.
Porque me queima o teu sangue.
E te torna tão real, tão esperada…
Mata-me se ves perder-se
Em minha alma a esperança.

Eu Preciso De Mim

Nesta noite que sempre foi dia, finalmente eu consegui chorar,
Mas não foi por tristeza ou desespero.
Foi um choro de dor.
Lágrimas rolaram devagar, enquanto meus olhos vagueavam pelo mundo
Que tanto almejei.
Chorei pelas mentiras que me disseram para me deixar feliz,
E agradeço por isso.
Chorei também pelas omissões de factos
Que poderiam ter destruído os meus sonhos.
E depois chorei mais ainda por perceber que eu teria preferido
A verdade, mesmo cortante, como uma faca das mais afiadas,
Do que essa dor que me rasga o peito ferindo minha alma.
Chorei pelos amigos que não estão mais aqui,
Pensando se eu me deveria ter dedicado mais a eles...
Abraçado mais...
Beijado e deixado claro o quanto eu os amava.
Mas o tempo é ingrato e a morte chega para cumprir o seu papel,
Sem pedir licença, sem bater na porta.
Ela chega e leva quem tu amas,
Junto com um pedaço teu e da tua história.
Chorei pelo meu amor, imaginando como seria o futuro.
Chorei pela saudade que dói e pelo carinho que conforta.
Pelos olhares carinhosos e compreensivos,
Contrastando com o desejo latente e urgente.
Pensei em chorar pelo mundo e suas maldades.
Chorar pela falta de esperança das crianças e o esquecimento dos idosos.
Pelas guerras e intolerâncias.
Pela fome, sede, e ódio irracional do ser humano racional.
Mas não chorei, porque hoje, o choro é meu, exclusivamente meu,
Porque preciso chorar.
E então chorei pelo meu egoísmo.
O mundo lá fora já chorava por ele mesmo,
Lançando as suas lágrimas contra a janela de vidro.
O mundo não precisa de mim hoje, mas eu sim.
Eu preciso desta minha dor sem censuras.

Eu preciso de mim.
E de ti.

Esqueci-te

Agora que está tudo dito e feito,
Não consigo acreditar que tu foste a única
A construir-me e depois destruir-me como uma casa velha e abandonada.
O que tu disses-te quando partis-te
Deixou-me com frio e sem fôlego,
Eu caí tão fundo, foi muito intenso.
Acho que te deixei ter o que eu tinha de melhor...

Bem, nunca pensei que chegaríamos a este ponto
Eu deveria ter fugido
Há muito, muito tempo atrás!
Nunca pensei que duvidaria de ti,
Estou melhor sem ti
Mais do que tu, mais do que tu sabes
Devagar estou a encerrar isto.
Acho que realmente acabou.
Estou finalmente a ficar melhor.
Agora estou a juntar os pedaços,
Estou passando todos estes meses
A colocar o meu coração de volta no lugar.
Porque no dia que eu achei que eu nunca superaria
Eu esqueci-te!

Tu destruis-te estas paredes,
Arrastas-te as memórias corredor a fora,
Pegas-te tuas coisas e partis-te...
Não havia nada que eu poderia dizer.
E quando tu fechas-te a porta da frente,
Muitas outras se abriram,
Assim como meus olhos, então consegui ver,
Que tu nunca fos-te o melhor para mim,