sexta-feira, 20 de março de 2009

A Dor Que Tento Esqueçer

Quantas vezes
Dizes esquecer,
Mas não podes esconder:
A traição que me rasgou o corpo.
O corpo que te tapou o gesto.
O gesto que te alentou a vida.

Quantas vezes
Soletras ódio?.
O ódio que destrói a alma.
A alma que sustém a vida.
A vida que retém a dor.
A dor que me sobra tanto.
O tanto que te dei
E que canto.

Quantas vezes
De luto me visto.
Visto dar sem receber
Receber nada, sem nada ter
Tenho a dor que não quis
- Quisera alguém sofrer?

Quantas vezes
De cor me viste…
Visto que só luto me deste.
Deste amor sem amar
Amar sem amor não compensa
Compensa perdidamente ficar?
Ficar?
Só quando o amor apareçe.

Quantas vezes
Hesitei e não parti.
Parti sem coragem e voltei
Voltei a morrer e morri
Morri mas ressuscitarei.

Sabes:
O amor perdido por vezes
Fica á espera que algo aconteça
Retém o corpo por meses
E nós ficamos sem pressa

Quantas vezes
Deveria ter partido?

E mais do que partido acabei…

Desilusão

Sentei-me perdido numa escada,
Feita de sonhos e de ilusões.
Esqueci-me de sentir...
Abandonei o amor...
Deixei-me levar pelo vento frio
Que cobriu minha alma...
E não quis mais lutar.

Senti-me gelado,
Coberto com os trapos
Dos restos dos meus pesadelos...
Quase ouço a morte aproximar-se
Do meu corpo esfarrapado.
Ignorei a vida,
E todas as fantasias dos meus sonhos.

Senti-me terminar
Junto com tudo o que fui....
E não mais renasci.
Sentei-me, cansado,
De nada mais esperar,
De não ter o que querer,

E deixei-me ficar assim
Preso nas amarras desta ignorância
Que cobre o meu destino...
Para nunca mais acordar.

Para Ti Escrevo

Para ti, escrevo poemas,
Não prosas ou versos.
Divago sobre formas,
Sobre almas, sobre corações.
Para ti, elaboro sentimentos,
Falo de alento, de beijos escuassos.
Constru-o pontes na fantasia
Onde podemos ser unos...
Invento fantasmas... e falo sobre ti.

Para ti, escrevo poemas de amor,
De paixão, de medo... de desilusão.
E nos meus poemas eu rio, choro,
Deliro, adormeço, acordo.
E em cada um deles eu posso sentir-te,
Amar-te, como se do meu lado estivesses.

Para ti, escrevo... sem sentido,
Palavras soltas, frases feitas,
Não interessa...
Porque quando escrevo...
Tu estás sempre aqui comigo.

Quero Chorar

Quero chorar,
Eliminar este vazio,
Que teima em permanecer colado a mim,
Lavar a minha alma,
Da angústia e do desespero.

Quero Chorar,
Acabar com esta dor,
Que magoa o meu coração.
Acabar com esta vida, sem sentido.
Porque afinal..
Sou apenas uma sombra de mim próprio!

Impossível Esqueçer-Te

Não consigo parar de pensar
É impossível esquecer!!!
Tu moras em mim.
Mesmo se eu quisesse,
Não poderia,
Tu moras em mim.
Fatalmente,
Não teria como expulsar-te.

Porque um dia,
Tu invadiste o meu corpo,
Apoderaste-te dele inteiro,
E fizeste-te dona de mim.
Agora, não consigo esquecer-te.
Quero acreditar que seja um sonho...
Ou seria fantasia, fascínio, paixão,
Loucura talvez....?
Não sei.

Tudo o que sei, é que tu moras em mim.
Como eu queria esquecer-te!...
Se pelo menos, eu pudesse esquecer
O teu olhar que me queima de paixão
O calor da tua boca
O conforto do teu corpo,
As tuas mãos múltiplas,
O teu jeito de falar,
A tua voz...
Ah...! Essa voz a chamar-me de "Amor"...
E esse sorriso lindo...?
É impossível esquecer!!!
POR DEUS....

Se me tomasse o corpo, a morte...
Bem que eu gostaria.
Talvez, assim,
Eu pudesse esquecer este imenso amor
Que me consome,
Tortura,
Mata,
Corrompe,
Deixa-me inundado em lágrimas.
Faz-me doer o coração...

É cruel viver esta realidade!
Tu és e serás sempre o Meu Amor,
Mas, mesmo assim,
Eu sou só...
Só melancolia,
Tristeza,
Solidão...
Pois, não te tenho.
E sem ti,
Não percebo as cores,
Não sinto o calor do sol,
O perfume das flores,
O brilho da Lua
O cheiro da chuva, do mar...
Sem ti,
A minha vida não tem sentido,
Não tem horizontes,
Sem ti,
Parece ínútil viver....

Como Vou Esqueçer-Te

Como vou esquecer-te se ao esquecer-te
Serei uma ruga mais que se inscreve no rosto do cansaço
Uns passos sem rasto, uma inerte lembrança,
A viver no escuro sob a noite pétrea sem alma sem esperança.
Com a obstinada pena, longe da ascensão dos sentidos
Quando a vida ardia a quatro braços.
E, fazia resnascer em mim todo um universo, na certeza de percorrer o teu corpo azul relâmpago
Que me cravava ao chão e arrancava pedaços ao céu.

Como vou esquecer-te se ao esquecer-te serei uma rugosa estátua de areia mordida pelo tempo
Que no aberto espaço não te esquece
Desejando sem calma a ineficácia das horas.
Insanidade do tempo, como se fizesse esquecer o que se soube viver e não se quer deixar.

Como vou esquecer-te se ao esquecer-te é esquecer-me de mim?
E, contarei as rugas que se vão pondo.