sexta-feira, 20 de março de 2009

Como Vou Esqueçer-Te

Como vou esquecer-te se ao esquecer-te
Serei uma ruga mais que se inscreve no rosto do cansaço
Uns passos sem rasto, uma inerte lembrança,
A viver no escuro sob a noite pétrea sem alma sem esperança.
Com a obstinada pena, longe da ascensão dos sentidos
Quando a vida ardia a quatro braços.
E, fazia resnascer em mim todo um universo, na certeza de percorrer o teu corpo azul relâmpago
Que me cravava ao chão e arrancava pedaços ao céu.

Como vou esquecer-te se ao esquecer-te serei uma rugosa estátua de areia mordida pelo tempo
Que no aberto espaço não te esquece
Desejando sem calma a ineficácia das horas.
Insanidade do tempo, como se fizesse esquecer o que se soube viver e não se quer deixar.

Como vou esquecer-te se ao esquecer-te é esquecer-me de mim?
E, contarei as rugas que se vão pondo.

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