quinta-feira, 7 de maio de 2009

ACorDar

Há bem pouco tempo eu li
Um texto bem engraçado
Muito simples, deduzi
E de realidade bem vincado

Falava do acordar
E de quem nunca acordou
Por receber sem nunca dar
Por quem nunca sonhou

Partilho convosco então
Esta simples brincadeira
Pode parecer diversão
Mas é muito verdadeira

Já alguma vez reparou
Ao ler a palavra “acordar”
Que se as sílabas separar
A-Cor-Dar, tudo mudou?

A cor dar é opção
De querer a vida colorir
De pintar o coração
Com novas formas de sentir

Um sorriso colorido
Pôr-do-Sol à beira mar
Um meigo luar sentido
Porta aberta para sonhar

Faça chuva, sol ou vento
Frio ou muito calor
A vida é um momento
Com muita, ou pouca cor

E neste arco-íris viajante
A que damos cor, ou não
Tudo muda num instante
Sem aparente razão

Escolha agora uma cor
A que alguma coisa lhe diz
Viva a Vida sem rancor
Acorde e seja feliz!

Vermelho é sangue, é vida
É paixão e sedução
A Vida-ao-rubro é vivida
Com muita, muita emoção

Beber o verde-esperança
Da Natureza envolvente
É ter sempre na lembrança
Tudo o que de bom se sente

Quem o azul-mar preferir
Boa escolha sempre faz
Olhar o céu faz sentir
Aquela sensação de paz

Do amarelo-sol que dizer?
Pura magia pela manhã
É opção a escolher
Para uma Vida mais sã

O rosa da meninice
Fica sempre na lembrança
Quem dispensa a meiguice
De um sorriso de criança?

Castanho-terra é genuíno
Transparência, autenticidade
É escolha de quem tem tino
De quem prefere a qualidade

O branco-neve é pureza
Para quem procura tranquilidade
Para pincelar a tristeza
De candura e sensibilidade

O Preto-carvão é a cor
Mais triste que eu conheço
Relembra a morte e a dor
Não a escolham! Eu vos peço!

Então para terminar
Se me permite opinião
Não viva sem a cor dar
E sonhe com o coração!!!

Acordar do Sonho

As novidades reais estão longe demais.
Aparecem baças e indivisíveis aos meus olhos.
Sofro de uma estranha forma de miopia.
Apenas aquilo que me é visível.
Todo o que foi e o que será estão-me vedados,
Ocultos pelo deslumbre do momento.

Sim ,confesso ,vivo deslumbrado pelo momento.
Seja ele palpável ou apenas mais uma construção da minha ociosa mente.
Não conseguindo escolher nenhuma máscara do passado ,logo tranco-os no baú do esquecimento.

"Águas passadas não movem moinhos!"
Digo eu para quem não quer ouvir.
Só mais uma mentira esmagada pela mó que bebe dum seco,cansado mas inesgotável ribeiro.

Fecho os olhos e tento chamar o sono de volta.
Doce e narcótico.
Deslizo pelo tortuoso escorrega da minha fantasia.
Tomo chá com a Alice e o Chapeleiro paranóico.
Velhos amigos desconhecidos e sem memória.

Vivo e revivo no sonho.
Sonho e "re-sonho" na vida.
Vivo nos meus sonhos futuros.
Sonho na minha vida passada.

Hoje continuo a dormir,a sonhar, dormente.