terça-feira, 28 de abril de 2009

No Dia Da Minha Morte

No dia da minha morte
Nada de novo.
Não haverá respostas,
Não haverá lamentos
(E se os houver, qual a diferença neles!)
Não haverá nada,
Nada que não agora.

Cessarei de existir?
Talvez, se existo,
Ou talvez não, ainda que exista,
Ou talvez sim ou não
Por nunca ter existido.
Talvez seja a mudança,
Talvez seja a continuação,
Talvez seja o final de algo com ou sem início,
Talvez não seja nada.

A morte.
Reflexo último da doença da preocupação,
Da impossibilidade intrínseca de nos provar existentes,
Inerente á nossa afirmada existência,
Do medo do nomeado desconhecido
(Por nós que tudo desconhecemos).

No dia da minha morte...
No vosso dia da minha morte.
Sim, vosso, porque dele farão o que quiserem,
No dia em que nada poderei fazer de mim.
O meu dia que não é meu,
Da minha morte que não é minha,
Da minha existência que não conheço,
Da minha realidade tangencial.

E o momento único e singular
Do terminar de tudo o que tem nome,
Da morte das palavras opressores,
Do fim de toda a reflexão sobre a reflexão,
Do término do terreno em mim se sou terreno,
Ou do divino e eterno se assim sou

Depois?
Depois não sei! Talvez mais nada.

E que seja tudo, o que importa?

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