quinta-feira, 23 de abril de 2009

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Eu já não sei mais quem sou, ou talvez, nunca soube;
Eu já não sei mais se sou feliz, ou talvez, nunca fui;
Tudo à minha volta é obscuro, é medonho e sinistro;
Sou um homem cujo ódio o coração enegreceu;
Sou a ovelha negra que se afastou da luz divina;
É tudo tão simples e ao mesmo tempo tão complicado;
Minha alma é podre, - sou desprezível e repulsivo;
Sou um invólucro que foi desprezado por Deus e pelo Diabo;
Uma alma que vagueia sem rumo pelo espaço;
Sem lugar no Paraíso ou no Inferno, no Céu ou na Terra;
Se algum dia já fui feliz, ah! Foi há muito tempo;
De tempos em tempos, vidas vêm e vão;
Assim como as minhas lembranças e os meus sentimentos;
Minha vida e os meus sentimentos foram-se para sempre;
Momentos felizes que passaram e não voltam mais;
Ah!... Tempos bons como eu queria que vocês voltassem;
Um sentimento de rancor foi tudo o que restou em mim;
Sinto uma angústia preenchendo o meu vácuo;
Este mal que me apodera não é um mal físico;
Não é psicológico, não é espiritual, - eu não sei explicar;
O tempo passa devagar e o padecimento é maçante;
Sem dúvida, descobri a agonia dos condenados!
O sofrimento eterno dos condenados ao próprio sofrimento eterno;
Um bastardo desprezado, desdenhosamente, pelo universo;
Estou amargo, ressentido e sinto vontade de desaparecer;
Pensamentos maus alimentam o meu sentimento de ódio;
Eu quero explodir, desaparecer e virar poeira cósmica;
Mas gostaria de renascer num lugar sem sofrimento;
Onde não tivesse dor e as pessoas se amassem;
Porém, não sei se me acostumaria com tanta monotonia;
Eu pareço um idiota, ou talvez, mais confuso do que penso;
Enfim, queria acordar e descobrir que estou a sonhar;
Deus!... Diabo!... Qualquer um, por que Vós não me respondeis!?...

1 comentário:

sky disse...

Já acordavas não...