terça-feira, 23 de junho de 2009

A Última Lágrima

Quando eu sentir a última dor
Talvez muito pior do que a horrenda dor de existir
No último momento da minha vida em terminal ruptura
Em que derramarei, não mais em poemas
Mas na minha face de velho, a última lágrima afinal
No segundo seguinte depois da minha morte estarei livre
Muito além das pradarias celestes
Onde certamente, não haverá mais dor
Estarei limpo da doença, do sofrimento, da morte, das amarguras da vida
E finalmente o meu rosto no caixão hão-de reconhecer
Ainda desconfiados de que estarei a rir dos que ficaram
Aquela face desconstruida da dor da existencialização
E que será meu último poema na estética da minha paz finalmente alcançada
Muito além da minha última lágrima.

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