quinta-feira, 9 de julho de 2009

INUTILMENTE CAMINHO...

Caminho,
Mas bem sei que os meus passos,
Não vão dar a parte alguma.
Falo...
E as minhas palavras,
Parecem-me horrívelmente ocas,
Pois só podem escutá-las,
Bem sei, ouvidos de carne,
E não as almas vivas,
Altas demais,
E por demais longínguas...

Até as idéias se furtam,
Custa-me pensar.
As palavras...
Às vezes escapam e não querem
Mais servir.
Balbucio, atrapalho-me, enrubeço,
E sou ridículo.
Tenho vergonha, os outros vão perceber.

Será que estou a ficar louco?
Ou será que é o que assim queres?
Mas não seria nada,
Se não estivesse só.
Estou só...
Arrastaste-me para longe,
Confiei, eu segui-te,
Mas por poucos momentos,
Caminhaste ao meu lado.
E eis, que em pleno deserto,
Em plena noite,
Bruscamente desapareces...
E, INUTILMENTE CAMINHO !

Sem comentários: